POR QUE O TRANSTORNO DO PÂNICO OCORRE?

23/08/2011 21:27
O QUE CAUSA O TRANSTORNO DO PÂNICO? POR QUE ELE OCORRE?

POR RAFAEL SOUZA GOUVÊA E MARIANA RIBEIRO DE OLIVEIRA (PSICÓLOGA).

 (Iniciando mais essa matéria, sugiro, primeiramente, uma leitura bem atenta do glossário, o qual se encontra abaixo):

GLOSSÁRIO:

Neurônios: Células do sistema nervoso, existindo, aproximadamente, cerca de 86 bilhões de neurônios em nosso cérebro, podendo ser considerados a unidade básica do cérebro e do sistema nervoso.

Sistemas Nervosos: Integrado por neurônios e nervos, sendo que nós possuímos os Sistemas Nervosos: Central e Periférico, sendo o Periférico dividido em Sistema Nervoso Somático (regula as atividades que estão sob nosso controle, como por exemplo, decidir assistir a um filme, estudar, escrever, etc.) e Sistema Nervoso Autônomo (dividido nos Sistemas Nervosos Simpático, Parassimpático e Entérico).

Ø  Sistema Nervoso Simpático: Responde ao perigo iminente, aumenta o batimento cardíaco e a pressão arterial, causando-nos excitação (devido ao incremento de adrenalina. O Sistema Nervoso Simpático é o que mais nos interessa dentro da perspectiva do Transtorno do Pânico, em termos de definição química.

Ø  Sistema Nervoso Parassimpático: Predomina quando estamos relaxados, descansados, batimento cardíaco normal, vasos sanguíneos dilatados, enfim, sem estresse (Tal estado é o nosso grande objetivo permanente, quando não há, REALMENTE, o perigo iminente).

Ø  Sistema Nervoso Entérico: Gerenciar todos os aspectos da digestão, do esôfago ao estômago, intestino delgado e cólon.

Ø  Serotonina: Trata-se de um neurotransmissor e está envolvida na comunicação entre os neurônios. Tem ação no controle da liberação de alguns hormônios e a regulação do ritmo cardíaco, do sono e do apetite. Está ligada a várias patologias, como a ansiedade, onde o indivíduo tem baixo nível no organismo.

Fonte: pt.wikipedia.org/wiki/Serotonina

Ø  Noradrenalina ou norepinefrina: Hormônio secretado em resposta à estimulação simpática e em grandes quantidades, em virtude de fortes reações emocionais (medo, susto, perigo eminente) e é liberado em grandes quantidades, o qual é transportado pelo sangue para todas as partes do corpo, provocando reações diversas, principalmente na
constrição dos vasos, elevação da pressão arterial, aumento dos batimentos cardíacos.
Fonte: internet/www.ogrupo.org.br/glandulas_supra-renais.asp
 

 

O sistema de "alerta" normal do organismo, que é o conjunto de mecanismos físicos e mentais que permite que uma pessoa reaja a uma ameaça tende a ser desencadeado desnecessariamente na crise de pânico, sem haver perigo iminente, é o sistema nervoso simpático em ação.

O cérebro produz substâncias chamadas neurotransmissores que são responsáveis pela comunicação que ocorre entre os neurônios (células do sistema nervoso). Estas comunicações formam mensagens que irão determinar a execução de todas as atividades físicas e mentais de nosso organismo (ex: andar, pensar, memorizar, etc).

Um desequilíbrio na produção destes neurotransmissores pode levar algumas partes do cérebro a transmitir informações e comandos incorretos. Isto é exatamente o que ocorre em uma crise de pânico: Existe uma informação incorreta alertando e preparando o organismo para uma ameaça ou perigo que na realidade não existe. No caso do Transtorno do Pânico, os neurotransmissores que se encontram em desequilíbrio são a serotonina e a noradrenalina.

Portanto, diante da definição acima, é evidente que se trata de uma DOENÇA, digna de tratamento psiquiátrico (medicamentos) e terapêutico, como tantas outras (doenças renais, hepáticas, dependência química, pneumonia, etc.). Então, em nenhum momento trata-se de FRESCURA!!! Na página inicial, já é proposta do presente website que o mesmo seja lido pela família, amigos, colegas de trabalho, colegas de escola, colegas de quaisquer grupos de relacionamento que possuam pessoas ou pessoa ao seu redor que tenha o transtorno do pânico. Caso fosse uma ferida externa, era mais fácil (os olhos iam processar a enfermidade e jogar corretamente para o cérebro), mas como o processo é interno, muita gente que se relaciona com o portador da síndrome não acredita e/ou não sabe da doença (isso quando não dá diagnósticos sofríveis, por plena falta de conhecimento do assunto)!!!

SINTOMAS MAIS FREQUENTES

Os sintomas são como uma preparação do corpo para alguma "coisa terrível". A reação natural é acionar os mecanismos de fuga. Diante do perigo, o organismo trata de aumentar a irrigação de sangue no cérebro e nos membros usados para fugir (em detrimento de outras partes do corpo).  Eles podem incluir:

 

Ø  Sentimento iminente de morte;

Ø  Contração / tensão muscular, rijeza;

Ø  Taquicardia (aumento dos batimentos cardíacos);

Ø  Tontura, atordoamento, náuseas;

Ø  Dificuldade de respirar (boca seca);

Ø  Calafrios ou ondas de calor, sudorese;

Ø  Sensação de "estar sonhando" ou distorções de percepção da realidade;

Ø  Sensação de desmaio;

Ø  Confusão mental e pensamento rápido; estes acoplados ao sentimento de enlouquecimento.