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TRANSTORNO DO PÂNICO EM ADOLESCENTES

07/09/2011 19:58
 POR MARIANA RIBEIRO DE OLIVEIRA – PSICÓLOGA SINDROME DO PÂNICO EM ADOLESCENTES   Ultimamente, o que tinha sido observado de ocorrer somente com adultos, agora se observa estar acontecendo com alguns adolescentes. As explicações para isso podem surgir como uma reação oriunda de uma...

POR QUE O TRANSTORNO DO PÂNICO OCORRE?

23/08/2011 21:27
O QUE CAUSA O TRANSTORNO DO PÂNICO? POR QUE ELE OCORRE? POR RAFAEL SOUZA GOUVÊA E MARIANA RIBEIRO DE OLIVEIRA (PSICÓLOGA).  (Iniciando mais essa matéria, sugiro, primeiramente, uma leitura bem atenta do glossário, o qual se encontra abaixo): GLOSSÁRIO: Neurônios: Células do sistema nervoso,...

TRANSTORNO DO PÂNICO: COMO A FAMÍLIA PODE AJUDAR? POR MARIANA RIBEIRO DE OLIVEIRA (PSICÓLOGA)

16/08/2011 09:44
  Síndrome do Pânico: Como a família pode ajudar? Após várias consultas médicas e exames mostrando que o paciente não tem aparentemente nada, os familiares acham que tudo não passa de fraqueza ou de falta de força de vontade.   Além de sofrer com a própria doença, os pacientes que...

O QUE É A SÍNDROME DO PÂNICO - DEFINICAÇÃO DE MARIANA RIBEIRO DE OLIVEIRA - PSICÓLOGA

12/08/2011 10:24
  O que é Sindrome do Pânico?   A Síndrome do Pânico é um quadro clinico onde ocorrem crises agudas de ansiedade sem que haja um estímulo disparador compatível com a intensidade das mesmas. O paciente vive uma variedade de experiências intensas e com altos desgastes físicos e...
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 CAPITULO 1

MINHA PRIMEIRA CRISE

(EU, RAFAEL SOUZA GOUVÊA, INICIO AGORA MEU RELATO DE 20 ANOS DO TRANSTORNO DO PÂNICO)

A primeira crise ocorreu em 1992, no primeiro semestre, em plena prova de vestibular. De onde me retirei face ao desespero, sentimento iminente de

morte que me abraçaram. Na verdade, o concurso em questão foi a gota d'água para que a mesma ocorresse, pois já vinha sentindo sintomas de ansiedade há algum tempo. À época, tinha 26 anos (hoje estou com 45).

Saí da sala e somente retornei após uns 50 minutos, mas foi horrível. Achei que realmente iria morrer (taquicardia, alteração da pressão arterial, sudorese - principalmente nas extremidades do corpo). Queria socorro imediato e assim o fiz.

E quanto ao vestibular? Já estava no segundo dia de provas e voltei à sala para terminá-las (fui aprovado e concluí o curso). Após a primeira crise, muita coisa mudou em minha vida, cujo relato será feito em capítulos.

 

CAPITULO 2

 UM INÍCIO DE SOFRIMENTO

Conforme relatado no Capítulo 1, minha primeira crise foi em 1.992. Após retornar para casa, não estava ligando muito para o que tinha ocorrido, pois estava pensando que era um estresse de vestibular mesmo. Ledo engano, passados uns 04 (quatro) dias, relatei a uma colega de serviço que não estava passando bem (ansiedade e muito chiado nos ouvidos), então, ela me disse: Sua pressão deve estar alta!  Pronto, foi o bastante para disparar outra crise (essa foi brava) e fui parar num cardiologista, uma vez que a taquicardia estava muita intensa (estava em Caxambu e fui até o médico em Baependi – minha terra natal). Desloquei-me de táxi. A ida pareceu-me uma eternidade (Baependi fica a apenas 7 km de Caxambu, isso de centro a centro). Então concluí que a primeira crise já tinha deixado marcos (medo de morrer do coração, sofrer de pressão alta).

O diagnóstico inicial do cardiologista em questão foi de “crise de ansiedade aguda”, o qual me prescreveu medicamentos (calmante). Mas não estava adiantando nada e a agorafobia e as crises continuaram (principalmente porque iniciei a faculdade, conforme já descrevi (tinha passado no vestibular). Faculdade esta em São Lourenço (distante a 30 km de Baependi e o curso era noturno). Então, a situação começou a piorar...

Breve 3 Capítulo

  

CAPÍTULO 3

       A LUTA EM PERMANCER NO CURSO

 Então, chegou o 1º (primeiro) dia de aula, sentia-me extremamente ansioso, uma vez que teria que sair de Baependi - à noite, sozinho e de carro. (Sair de minha zona de conforto não estava nada agradável para mim – o medo já estava presente, tendo como acompanhante a taquicardia e a sudorese).

Minha primeira aula foi de Direito Civil, sala cheia (50 alunos) em um pequeno espaço. Ocorreram as apresentações de praxe da Direção da Faculdade, etc. Como acontece em muitos workshop, treinamentos, dinâmicas, o mestre pediu que cada um se apresentasse (Cidade, profissão, perspectiva quanto ao curso, etc.). Já na defensiva, tinha ocupado a última cadeira e o mais próximo possível da porta de saída da sala. Imaginem: Se já é um pouco desconfortável para pessoas que não tem o transtorno do pânico participar de uma atividade de apresentação, conforme descrita acima, imaginem para mim!!!

Então, a mesma começou lá na primeira carteira e foi vindo, vindo. Na mesma proporção que se aproximava a minha vez, a ansiedade, medo, desconforto, sudorese, perda de energia e principalmente a taquicardia, iam aumentando.

Pronto, chegou a minha vez! Com voz trêmula e perda de concentração, apresentei-me de maneira lacônica (resumida), para me livrar logo daquela tortura a que me estava submetido. Assim que acabei a mesma, saí imediatamente da sala, pois já não mais possuía controle da situação (fui tomar calmante) e só retornei após ter-me acalmado a ponto de poder permanecer no recinto.

Dos 50 iniciantes, somente 30 concluíram o curso, sendo que eu fui um deles (usei da teimosia, garra, enfrentamento). Não escondo que me orgulho disso.

 Nesses quatro anos de Faculdade, tive muitas crises, as quais começarei a contar no Capítulo seguinte, que é o quarto.

 

                             CAPÍTULO 4 (PRIMEIRA PARTE)

MINHA VIDA PESSOAL, PROFISSIONAL E ACADÊMICA

Relatei no último parágrafo do Capítulo 3º que começaria a contar as crises e minha labuta durante os 04 (quatro) anos de Faculdade, mas julguei melhor desaguá-las também em minha vida pessoal, profissional e acadêmica, uma vez que fui gravemente afetado em todos esses aspectos.

Como nessa época (1992) os medicamentos que me prescreveram não estavam surgindo efeitos, encontrava-me sem o diagnóstico e medicamentos corretos. Então, foi um período de sofrimento intenso e quase insuportável, tinha crises, as quais sempre duravam de 30 a 60 minutos e no mínimo 04 (quatro) delas por semana, isso quando a mesma não se repetia no mesmo dia.

Qual minha reação? Pedido de socorro imediato, pois o sentimento eminente de morte assim determinava minha conduta. O desespero era insuportável, portanto, corria ao Hospital (sendo que até chegar lá, a crise ia piorando). Não contabilizei durante 1992 até 1993 (período sem diagnóstico) quantas vezes fui ao hospital e quantos plantonistas me atenderam e me deram calmante (entre a crise, ida ao hospital e atendimento e retorno para casa, já aliviado, gastava-se em média 02 (duas) horas. À época, morava em Baependi, trabalhava em Caxambu e estudava em São Lourenço. A crise do pânico era o estouro, o ápice da ansiedade. Mas não sofria somente na mesma, minha vida era recheada de ansiedade e reações totalmente desproporcionais aos estímulos do convívio em sociedade (sala de aula, profissão, faculdade) e até quando estava só (não estava em condições nenhuma de assistir a programas de televisão, principalmente àqueles em que havia emoção: Futebol, filmes (Eram elementos desencadeadores da crise), assim como muitos outros, que oportunamente os citarei.

Terminando essa primeira parte desse Capítulo 4, friso que em breve o mesmo terá continuação...

 

  

CAPÍTULO 4 (SEGUNDA PARTE)

MINHA VIDA PESSOAL, PROFISSIONAL E ACADÊMICA

Como já dito, iniciei a Faculdade e a cursei por um período de 01 (um) ano sem diagnóstico e tomando medicamentos que atacavam os sintomas e não o problema na raiz. Recordo-me, com se fosse hoje, de uns dos primeiros textos que tive que estudar (era da disciplina Sociologia – artigo científico). Tentei por várias vezes fixar no primeiro parágrafo e não conseguia, pois a ansiedade era tanta que minha concentração estava altamente prejudicada (sentia minha mente acelerada e com vários pensamentos juntos), sendo essa mais uma situação decorrente de uma ansiedade intensa e pré-desencadeadora da crise. Obviamente que a questão interferiu com amplitude e de maneira negativa no meu desempenho acadêmico, que na oportunidade, estendo-a também à vida pessoal e profissional.

Imaginem as circunstâncias em que me encontrava: Estudar (ir de carro à noite e sozinho a São Lourenço – chegando a minha casa por volta das 24h00min horas todos os dias), levantar no outro dia às 07h00min horas para ir trabalhar em Caxambu, voltar para almoçar em Baependi, voltar para Caxambu após o almoço, voltar a Baependi após o expediente da tarde e me preparar para ir à Faculdade em São Lourenço. Isso durou quatro anos. Como é que, sem diagnóstico e medicamentos adequados, eu poderia suportar isso sem conseqüências psicológicas e físicas? Pura teimosia e enfrentamento! Entretanto, foi nesse primeiro ano (1992 a 1993), é que todas as fobias se desenvolveram, como por exemplo – algumas delas: Viajar sozinho; ficar sozinho; jantar (já tive crises de pânico no período em questão e após o jantar para ir à Faculdade); aversão à sala de aula, reuniões; medo do aparelho de medir pressão – cujo nome é esfigmomanômetro, uma vez que na estrada e indo para Faculdade, por várias vezes, já tive crises fortíssimas e fui direto ao Hospital – sem nenhum parente e/ou alguém que me proporcionasse SEGURANÇA, por perto; medro extremo de um colapso cardíaco; medo da taquicardia (ficava com as mãos sobrepostas ao coração) e qualquer alteração na pressão arterial (solicitava a quem media para não me falar qual o resultado da medição).  

Retrocedo ao que já disse nessa segunda parte desse Capítulo: Todos os impactos foram altamente prejudiciais à minha vida profissional, pessoal e acadêmica (sempre se lembrando do período de 1.992 a 1993). 

Terminando mais um Capítulo, o meu currículo já consta no site, salientando que o mais breve possível relatarei a TERCEIRA PARTE, entrando na área profissional, onde a matéria tem que ser muito especial, uma vez que o desempenho é muito afetado (podendo ocasionar demissão, perda de algum cargo, etc.), frisando também que a maioria das instituições não sabe como lidar e/ou administrar o SER HUMANO detentor do transtorno objeto de minha história verídica.

 

 

CAPÍTULO 4 (TERCEIRA PARTE)

MINHA VIDA PESSOAL, PROFISSIONAL E ACADÊMICA

Quando do meu 1º (primeiro) ano sem o diagnóstico e medicamos corretos (1992 a 1.993), sem, ainda, de não estar sendo tratado pela área profissional médica adequada (psiquiatria), já ocupava o cargo de Chefe da Receita Estadual de Caxambu (Administração Fazendária).

Evidentemente, meu rendimento como gerente obteve uma queda abrupta, já que estava inteiramente tomado por uma ansiedade altíssima (muitas vezes nem conseguia falar, passava mal – em virtude de um sufocamento na garganta e/ou total desconforto abdominal); além de reações totalmente desproporcionais aos estímulos do meio (qualquer estímulo com um pouco de mais intensidade já era motivo para desencadear a taquicardia e até a crise do pânico), portanto, nesse contexto de gerência, passei a me resguardar, ou seja, evitando contatos que podiam gerar conflitos com funcionários, público usuário dos serviços da Repartição e principalmente com as
Chefias que se centralizavam em Varginha (Sede Regional da Receita Estadual); evitava e não queria criar, inovar, transmitir informações, visando principalmente não ter que me reunir com a classe de contabilistas (essa fobia já estava em mim implantada); silenciava-me totalmente nas reuniões na Superintendência já mencionada acima, dado que não tinha condições para participar ativamente das mesmas. Quando era chamado a falar, meu Deus do Céu, meu corpo e mente entravam em total desequilíbrio, sendo que após minha fala, urgia minha retirada da sala de reunião, pois já estava sem domínio algum sobre mim mesmo e passando extremamente mal!!!

Então, conclui-se que minha gerência nesse período foi totalmente afetada e somente apresentava queda na qualidade em todos os aspectos, situação essa percebida por todos que diretamente tinham vínculo profissional comigo.  Mas, sabiamente, o meu Chefe à época, que era o Superintendente Regional de Varginha, determinou que um de seus assessores fosse até a mim e me questionasse o que estava ocorrendo, oportunidade em que os fatos foram por mim expostos. No ensejo, peço a devida licença ao leitor para renovar meu reconhecimento eterno dessa atitude HUMANA e VISIONÁRIA que o Senhor Superintendente a época, Dr. Roberto Tosto Dias, teve em relação à questão, valendo também frisar que o agradeci pessoalmente quando de um encontro em uma reunião em Belo Horizonte.  

Quanto ao meu relato, estou preso, por enquanto, ao período de 1.992 a 1.993, mas abro aqui uma exceção para o mesmo: Permaneci na Chefia da Receita de Caxambu até 1.999 (deixei o cargo por cansaço e outros motivos que aqui não merecem relatos e não porque havia necessidade de me substituir).

Assim, por ser o transtorno do pânico uma doença que não somente me pertence, incluindo seus sintomas, tipo de personalidade, não receio em afirmar que as pessoas que passaram pela mesma situação (sem diagnóstico e tratamento adequados e tendo que exercer suas funções profissionais), enfrentaram o mesmo problema que eu, independente de sua área de atuação.  E há muita gente nessa situação AGORA, por isso estou entrando no aspecto profissional, onde vale crivar  parte do último parágrafo do Capítulo anterior, vide abaixo:

“...entrando na área profissional, onde a matéria tem que ser muito especial, uma vez que o desempenho é muito afetado (podendo ocasionar demissão, perda de algum cargo, etc.), frisando também que a maioria das instituições não sabe como lidar e/ou administrar o SER HUMANO detentor do transtorno objeto de minha história verídica”.

O trabalho dá dignidade, eleva a auto-estima, proporciona prazer, independência, injeta o indivíduo em outro meio social com várias possibilidades de fazer diversos contatos, enfim, é essencial à coletividade, pois exercemos profissões diferentes, cuja gama de serviços é usufruída por todos nós (necessitamos de médicos, padeiros, lixeiros, carpinteiros, pedreiros, coveiros, etc.). Há dignidade em todo trabalho honesto, ético e moral, basta que cada um tenha em mente que toda profissão beneficia a sociedade, desde que sejam imbuídos das características já mencionadas (honestidade, ética, etc.).

Prosseguindo no tema e em coerência com os objetivos desse website, informo que entrarei em contato com várias empresas, no intuito de que as mesmas tomem ou renovem a consciência sobre a ansiedade e o transtorno do pânico, uma vez que, segundo estatísticas, o problema atinge em torno de 2,50% a 4% da população (com tendência de crescimento, face às exigências do mercado atual). E pela lógica, há mais probabilidade de se desenvolver o pânico em pessoas que estão trabalhando sobre tensão, estresse, ansiedade. Se o percentual é de 2,50 a 4%, uma empresa com 100 (cem) funcionários, pode ter 4 (quatro) pessoas acometidas pela ansiedade e/ou pânico. . Nesse caso, a providência pela queda de produtividade é demissão, perda de cargo? É isso que não pode ocorrer!!! A conscientização e a questão humanitária também pertencem aos empregadores, que necessitam, pela menos a maioria, de orientações. Quem tem pânico é altamente produtivo, responsável, dedicado, leal à instituição (qual empresa não quer esse perfil?).

Bom, agora e somente para relaxar um pouco, relatarei uma de minhas crises, sempre lembrando que estou ainda no intervalo de 1.992 a 1993: Certa vez, já estava bem ansioso e com taquicardia (com uma grande tendência de ter a crise). Era um final de tarde de inverno em Baependi (lá faz frio – é o Sul de Minas – região de único clima tropical de montanha do Brasil), então, construí uma teoria: Lembrando que o banho relaxa e que calor é um dilatador e que diminuiria meus batimentos cardíacos, tendo como base a dilatação dos vasos sanguíneos, intrometi a tomar um banho fervendo!!!

Meu Deus do Céu, para que fui fazer isso? Foi a gota d’água, ou melhor, várias gotas d’agua. A coisa ficou feia em baixo do chuveiro: Senti-me apertado pelo espaço, fui-me afogando com a fumaça, por azar, engasguei com a água, senti falta de ar e a batedeira foi aumentando, aumentando, até que a crise disparou!!! Resultado: Saí igual a uma bala do banheiro, sem me enxugar, morrendo de frio e gritando socorro para minha esposa porque achava que eram meus últimos instantes de vida. Ela, em vez de me acalmar, começou a rir da minha situação (pelo menos, enxugou-me).

 Depois disso, nunca mais quis saber de banho quentinho para me acalmar quando estava ansioso!!!

Terminando esse início da TERCEIRA PARTE DO CAPÍTULO 4, julgo imprescindível que a matéria envolvendo o tema profissão tenha continuidade, uma vez que o Brasil é um país capitalista, onde o trabalho é essencial para suprir nossas necessidades. Portanto, brevemente, escreverei a continuação do mesmo. Até mais...

 

 

 

     CAPÍTULO 4 (CONCLUSÃO/TÉRMINO DA TERCEIRA PARTE)

MINHA VIDA PESSOAL, PROFISSIONAL E ACADÊMICA

A intenção aqui, realmente, é contar a minha experiência e os impactos do Transtorno do Pânico na minha vida profissional, bem como alertar os empregadores sobre os funcionários acometidos pelo pânico. Para que se tenha uma noção maior da patologia, menciono abaixo, segundo pesquisas efetuadas na internet, as quais realmente vêm ao meu encontro, alguns traços característicos da personalidade de pessoas com possibilidades de desenvolverem a Síndrome do Pânico:


1 - Tendência à preocupação excessiva;

2 - Necessidade de estar no controle da situação;

3. - Expectativas altas;


4 - Pensamento relativamente rígido (dificuldade em aceitar mudanças de opinião);

5 - Julgam-se perfeitamente controladas (duvidam tenham problemas emocionais);

6 - São extremamente produtivas (não relaxam, sempre estão fazendo algo);

7 - Assumem grandes responsabilidades (ocupacionais e familiares);

8 – Perfeccionistas;

9 – Extremamente exigentes consigo mesmas
e querem o mesmo comportamento dos outros colegas, principalmente no campo profissional e quando estão na gerência.

10 - Não aceitam bem os erros ou imprevistos
;

11 – Criativas;

12- Sentimento de Culpa muito acentuado;

13 – Competentes;

14 – Confiáveis.

15 – Carentes.

Sem perder de vistas a importância da atividade profissional em vários aspectos de nossa vida, quero aqui deixar bem claro que nunca me entreguei à doença, sempre trabalhei, sempre enfrentei a fobia: Voltando e enfrentado lugares/situações em que tive a crise (apesar do desconforto), mas isso me fez ir à frente, pois caso contrário, estaria trancado dentro de casa e inútil (SEM QUALIDADE DE VIDA E SOFRENDO).

Saindo um pouco do tema desse Capítulo, o que tem demais ir a um psiquiatra e psicólogo para fazer a terapia?  Nada!!! A aceitação da doença aliada aos tratamentos adequados são passos fundamentais ao equilíbrio e qualidade de vida; a não ser que o masoquismo seja melhor!!! Ainda bem que a ida ao psiquiatra melhorou muito, não existindo mais aquele tabu de algum tempo atrás.

Caso a ansiedade lhe seja uma companheira, vá o quanto antes procurar tratamento, pois pode a mesma desaguar no Transtorno do Pânico e/ou Depressão. Atualmente, o diagnóstico é fácil, os medicamentos evoluíram e fazer a terapia correta é muito bom.

Quanto ao site, constatei que somente uma pessoa postou comentário, sendo que, na oportunidade, caso não queiram usá-lo, mandem-me e-mail: rsouzagouvea@yahoo.com.br (suas identidades serão totalmente preservadas). Somente irei publicar algum relato com expressa autorização do remetente. Então, vamos ampliar os contatos?

Voltando à questão profissional, vamos olhar o lado positivo? Somos muito competitivos, é o que o mercado quer!!! (Necessitamos de estar no controle da situação (liderança); Expectativas altas (crescimento dentro do trabalho); Somos extremamente produtivos; Assumimos grandes responsabilidades (confiança); Perfeccionistas (fazer muito bem feito); Extremamente exigentes consigo mesmas e querem o mesmo comportamento dos outros colegas, principalmente no campo profissional e quando estão na gerência (excelência); Criativos (novas idéias que podem mudar o caminhar de uma empresa); Competentes e Confiáveis (lealdade à instituição). Tanto é que exerci em quatro municípios a Chefia da Receita Estadual.

Então? Não vale a pena enfrentarmos e nos submeter o tratamento? Principalmente, o ganho será na vida pessoal e profissional.

Concluindo a continuação da TERCEIRA PARTE desse Capítulo 4, desejo uma ótima leitura, reflexão e que me enviem sugestões e e-mails.

Até breve!!!

 

 

CAPÍTULO 5

MINHA VIDA PESSOAL, PROFISSIONAL E ACADÊMICA

Antes de entrar no tema deste Capítulo, o qual será a continuidade de minha história, solicito a todos os leitores que me auxiliem na divulgação do presente website, sempre tendo em mente que o Transtorno do Pânico, assim como as demais doenças, realmente afasta o funcionário, o gerente, de suas atividades profissionais. Então, como já disse anteriormente, divulgarei o presente site a várias empresas, utilizando-me de todos os meios de comunicação ao meu alcance (ainda não o fiz, porque somente no Capítulo anterior e escrito no dia 29/08/11, é que, segundo meu julgamento, terminei o impacto da ansiedade e do referido Transtorno na atividade profissional).

Então, após ter sofrido intensamente no período de um ano por falta de diagnóstico e tratamento adequados, nunca tendo ouvido falar em crise de pânico, nem mesmo os médicos que me atendiam no hospital (quando corria para lá em virtude da crise). Mas, em um dia memorável e no ano de 1.993, uma servidora da Receita Estadual de Caxambu, já vendo meu sofrimento, indagou-me o motivo de eu ainda não ter ido a um clínico geral de Baependi, pois sua competência e fama eram e são muito reconhecidas. Assim, decidi passar por uma consulta, pronto: O diagnóstico em poucos minutos já estava dado: “Meu filho, isso é Pânico, você puxou à sua mãe e tem tratamento”. Aquelas palavras me proporcionaram um alívio tão grande que uma felicidade e tranquilidade tomaram conta de mim imediatamente, pois, não sabia o que estava acontecendo comigo. A angústia, o medo, a taquicardia e outros sintomas pertinentes desapareceram após a consulta, como num passe de mágica!!! Deixei o consultório numa paz, digna de uma criança dormindo.

Iniciei com muita dedicação e disciplina o tratamento, mas fui avisado que os medicamentos somente fariam efeitos após 15 dias e que eu poderia ter crises neste período, mas, como dito anteriormente, minha condição psicológica foi restabelecida, fiquei muito tranqüilo e nenhuma crise ocorreu durante tal intervalo, muito menos nos seis meses de tratamento.

 Após ter cumprido na íntegra as orientações médicas e já passado o tempo de seis meses, retornei ao consultório, oportunidade em que obtive dispensa do uso dos remédios alopáticos prescritos.

Fiquei, aproximadamente, mais uns 04 (meses) sem fazer uso de nada, onde voltei à minha vida normal (deixei tudo para trás). O ganho de qualidade de vida em todos os aspectos nestes dez meses foi fantástico (retornei ao que era antes de sofrer a primeira crise).

 Entretanto e infelizmente, fui percebendo que a ansiedade foi voltando aos poucos, aí começou novamente minha preocupação, sendo que retornei ao mesmo médico, mas desta vez não me foram receitados os mesmos medicamentos (tive uma melhora, mas voltei a ficar preocupado, ansioso) e a situação voltou a se complicar, conforme relatarei no próximo Capítulo...

Até mais!!!

 

 

CAPÍTULO 6

MINHA VIDA PESSOAL, PROFISSIONAL E ACADÊMICA

Bom, após 10 meses de total tranqüilidade e conforme relatado no último parágrafo do Capítulo anterior, a situação voltou-se a complicar. Já estava no ano de 1.994, a ansiedade foi crescendo até que, mais uma vez, tive outra crise muito fortíssima, como é típico do Transtorno. Fui ao hospital para ser atendido e voltei para casa já tranqüilo. Mas a volta da crise trouxe-me uma tristeza imensa e uma angústia na mesma proporção. Apesar das experiências anteriores, senti-me limitado novamente (sensível demais aos estímulos da vida acadêmica, profissional e pessoal), a ansiedade e o medo de ter a crise firmaram-se novamente, sendo que o equilíbrio e a autoconfiança foram-se embora outra vez.

Então, como agi? Retornei novamente ao clínico geral que havia diagnosticado pela primeira vez em mim o pânico, voltei aos medicamentos que tinham sido prescritos naquela época de minha paz (os famigerados 10 meses). Entretanto, não tive aquela segurança de outrora, pois, naquela ocasião, tinha ficado extremamente feliz com o diagnóstico e com a ilusão de que o tratamento de seis meses me seria suficiente. Tive um alívio, destarte, em menor escala, mas todo ele amparado no uso medicamentos.

Veio à minha mente, após ter a primeira crise, conforme Capítulo 1, que eu tinha me tornado em um vaso trincado (foi realmente esse meu pensamento, literalmente), mas em nenhum momento de 1.992 a 1.994, afastei-me da Faculdade e da vida profissional; fato esse que não ocorreu, evidentemente, na vida particular, onde evitava situações que poderiam gerar estresse e ampliar a ansiedade (já bastavam o curso e o trabalho)!!! Então, concluí que havia várias limitações na vida pessoal, dentre elas, destaco: Resistência a viagens (por sair de minha zona de conforto e por já ter tido crises em estradas); assistir a filmes de terror, suspense e ver futebol, vôlei (sendo que estes últimos geravam emoções e eu não estava podendo tê-las – desencadeava o pânico). Ainda digo mais: Em virtude da taquicardia decorrente da ansiedade, mesmo quando estava calmo, já tinha desenvolvido mais uma fobia, ou seja, o medo do aumento dos batimentos cardíacos, então, evitava subir escadas, andar depressa, jogar futebol e até fazer sexo, pois, nestas ocasiões, o aumento do ritmo cardíaco é normalíssimo. Mas havia uma dificuldade de separar o que era natural do patológico.    

Procuro expor tudo, pois esse é um dos princípios do meu website: Mostrar que os sintomas e fobias do pânico são comuns, havendo algumas alterações entre as pessoas, mas nada que se distancie de forma considerável destes sintomas já descritos, entretanto, reitero que enviem e-mail (os mesmos serão lidos e deletados – somente haverá inserção no meu site de algum relato, se assim, o remetente me autorizar, não necessitando de identificação completa). Lembrem-se: O Transtorno do Pânico é uma doença como várias outras existentes, não há motivo para se envergonhar (falo isso, porque já senti vergonha). As pessoas relatam sem constrangimentos problemas no estômago, enxaqueca, etc., mas são extremamente sigilosas quando se trata do Pânico (até mesmo com as pessoas mais próximas). Não estou aqui incitando a exposição do problema a outras pessoas sem critérios, somente acho que, conforme o julgamento de cada um, deve-se quebrar esse paradigma de não contar a ninguém, há pessoas de seu convívio que precisam saber, pelo seu próprio bem.

Voltando ao meu caso, mesmo com os medicamentos, tudo dentro da ótica do Transtorno já tinha se tornado minha sombra, até que as crises retornaram com freqüência, cujo seguimento da história será no próximo capítulo.

Até breve!!!

 

CAPÍTULO 7
MINHA VIDA PESSOAL, PROFISSIONAL E ACADÊMICA

Como tive uma crise muito forte novamente, vide Capítulo anterior, mesmo tendo voltado ao médico e com os medicamentos, infelizmente, não foi somente esta: Já estava altamente ansioso e os ataques de pânico retornaram com a mesma intensidade. Minhas idas e vindas ao hospital começaram a ficar freqüentes, isso não incluindo as vezes que não fui (consegui acalmar-me), já que ir ao hospital era terrível. Como o sistema de plantão em Baependi era composto por médicos de várias especialidades, cheguei a ouvir de um plantonista: Para que esse alarde todo!!! Acontece que o problema não estava com ele e sim comigo, então é muito cômodo e denota falta de empatia um médico dizer isso a um paciente.
Nestas idas e vindas e já cansado, mais uma vez fui ao hospital à procura de socorro, entretanto, desta vez, um cirurgião que me atendeu. Após ver minha situação, disse-me claramente que meu caso teria que ser tratado por um psiquiatra. Tal indicação foi por mim seguida imediatamente (Baependi não tinha psiquiatra), tive uma referência de um em São Lourenço, onde marquei uma consulta rapidamente e fui à consulta.
Confesso-lhes que já estava tão destruído emocionalmente que não tinha condições de ir dirigindo sozinho. Um colega foi me levar. Ao expor tudo que vinha ocorrendo comigo, logo também veio o diagnóstico: Síndrome do Pânico. Já era o final de 1.994. Tive uma dificuldade tremenda de falar (tremia, havia um nó na garganta e emocionalmente desfigurado). O novo médico solicitou-me que naquele dia mesmo iniciasse o tratamento (estava mal mesmo) e agendou retorno para 15 dias para ver minha evolução.
O tratamento inclui o acréscimo de um medicamento (calmante) e a manutenção de um que eu já havia fazendo uso, porém, com aumento da dosagem. Houve determinação médica que, inicialmente, teria que comparecer quinzenalmente e que o tempo mínimo era de um ano.
Confesso-lhes que novamente saí do médico muito mais tranqüilo, pois era um psiquiatra, cuja conversa comigo foi muito franca. Restaurou-me a confiança, apesar de não ter tido uma recuperação tão rápida quando do meu primeiro diagnóstico. Quando retornei, após os 15 dias, já havia sentido a diferença, situação confirmada pelo médico. Desta vez, saí mais confiante. Não abandonei o tratamento e o fiz durante um ano. Após dois meses, já era outra pessoa (já me sentia tranquilíssimo). Minha recuperação somente foi progredindo (fiquei todo esse período de um ano sem crises), mas não digo que não havia algumas fobias já adquiridas. Entretanto, na maior parte de tal período não pensava nisso. Minha cabeça estava voltada à recuperação total.
O meu rendimento profissional e acadêmico voltaram à normalidade. Quanto à qualidade de vida pessoal, meu Deus do Céu, que alívio e felicidade!!!
De minha história, já dá para concluir que no período de 1.992 a 1.994, já era o terceiro que estava me tratando, sem contar aqueles que atendiam no hospital (quando das crises).
Aqui, quero deixar gravado que não culpo, em momento algum, ninguém da área médica com quem fiz tratamento, pois sou sabedor da dificuldade do problema, principalmente naquela época, onde o Transtorno do Pânico era pouco conhecido. Sei o nome de todos os medicamentos que tomei, bem como seus princípios ativos; mas não vou mencioná-los, por julgar que aqui não é o palco para citá-los.
Terminei o tratamento e obtive alta. Por coincidência, estava acampado e pescando aqui em Lavras quando tomei o último remédio (nem imaginava que um dia viria trabalhar aqui).
Fiquei uns seis meses sem medicamentos novamente, sem sentir nada, MAS O ANO DE 1.996 HAVIA CHEGADO!!! ISSO, VOCÊS CONHECERÃO NO CAPÍTULO 8.
Até Breve!!!

 

CAPÍTULO 8
MINHA VIDA PESSOAL, PROFISSIONAL E ACADÊMICA


 Findou-se o ano de 1.994 e terminei o tratamento em 1.995 com o Psiquiatra, após um ano de medicamento e idas freqüentes ao mesmo. Na última sessão, quando fui totalmente dispensado do uso dos medicamentos, foi-me dito que a chance de eu ter a crise novamente era igual à de qualquer pessoa que nunca teve o pânico (isso, sem dúvida, foi para mim um grande ganho em autoconfiança) e também a facilidade de deixar para trás tudo que já tinha passado. Saí eufórico e feliz por poder recomeçar minha vida com qualidade. De fato, após uns três meses do início do tratamento, já havia melhorado demais e até o término, como já mencionado acima, já era outra pessoa.

Antes de dar continuidade ao tema central do presente Capítulo, é altamente relevante a seguinte questão: O portador da ansiedade e/ou do Transtorno do Pânico tem que efetuar um automonitoramento, como exemplos, cito: Educação Financeira (gastar dentro de seu orçamento, uma vez que o descontrole financeiro causa preocupação e essa gera estresse, que por sua vez gera a ANSIEDADE e esta é tudo que se deve evitar, pois é uma das fontes principais que deságuam na crise do pânico); Ser extremamente organizado profissionalmente (realizar as tarefas com qualidade e tempestivamente, evitando, AO MÁXIMO, o acúmulo de serviços).  Sempre preferi, em virtude dessa questão, chegar mais cedo e sair mais tarde do trabalho a ter que enfrentar um processo de ansiedade, por pura necessidade e autoconhecimento, onde, assim agindo, a ansiedade que me é natural impactava-me muito menos (bem que tal atitude é muita típica dentro deste contexto – há grande tendência do despertar precoce!!!); Se há um compromisso fora de seu ambiente de trabalho, jamais saia “em cima da hora” – fator de ansiedade instantânea e com a companhia da taquicardia, uma vez que as horas não combinam muito conosco (a gente se sente pré-ocupado (ocupado antes da hora e com sentimento de encurtamento do tempo). Chegar cedo demais, pode também gerar ansiedade, então, meça o seu horário adequado; APRENDA A OUVIR, isso é um exercício e traz controle e não queira falar mais do que o ouvinte e evite se empolgar (fale com calma). Há muito mais coisas para se evitar o processo ansioso, mas voltarei ao tema principal desta parte, entretanto, futuramente, retornarei a mencioná-los e aguardo ensinamentos por parte de vocês.

Continuando o primeiro parágrafo, voltei novamente a ter tranqüilidade, esquecendo-me quase de tudo que já havia transcorrido. Quando digo quase de tudo, é porque o período de sofrimento foi intenso, havia alguns resquícios de medo, algumas fobias, enfim, seqüelas, cujas situações são perfeitamente normais (Há mães que após o primeiro filho não se atrevem a ter outro, não querem reviver a dor do parto e/ou a depressão pós-parto), assim acontecem com pessoas que tiveram diversas patologias também.

Como já era o final de 1.995, já sem uso de medicamentos, iniciei 1.996 com toda tranqüilidade, cada vez melhor e distanciando-me do que já havia passado. Permaneci novamente meses na PAZ (somente quem teve ou tem o pânico sabe o que é a PAZ de não tê-lo como sombra).

 Mas, quis a vida, ou melhor, (como diz a minha amada mãe - Deixe Deus com o Seu mundo), que em 1.996 e às vésperas de meu aniversário (há apenas três dias) fosse o pior ano de minha existência até o presente momento e para toda minha família, cujo relato, infelizmente, será no próximo Capítulo, o qual será muito difícil de reviver!!!

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CAPÍTULO 9
MINHA VIDA PESSOAL, PROFISSIONAL E ACADÊMICA

Como já relatado no Capítulo anterior, em 1.996, já estava sem medicamentos e vivendo tranquilamente. Estava ainda na Chefia da Receita em Caxambu e em 16/05/96, o pior dia de minha vida, estava indo a Varginha (reunião), onde aguardava tranquilamente e sozinho, no trevo de Caxambu, meus colegas de serviço de Passa Quatro para ir com eles. O tempo foi passando e já estavam atrasados, entretanto, a reunião era no dia seguinte.

De repente, fui abordado por um colega de meu irmão, o qual me perguntou? Você que é o irmão do Giovanni? (já nos conhecíamos de vista). Então, disse sim.  Era exatamente 02 (duas) horas da tarde, lembro-me perfeitamente do horário, uma vez que fui olhar as horas e o relógio caiu do meu braço e se espatifou, até me assustando.

Com muita calma, ele me disse que o Giovanni havia sofrido um acidente em Camanducaia (Fernão Dias). Instantaneamente, todo meu corpo reagiu, onde imediatamente perguntei como ele estava, cuja resposta foi que o acidente tinha sido muito grave e meu amado irmão estava internado. Colocou-me no carro e me conduziu imediatamente a Baependi. Naquele momento, não entrei em pânico, mas pelo silêncio e a falta de respostas aos meus questionamentos, fui ficando cada vez mais apavorado. Cheguei à casa de meus pais. Onde um primo colocou suas mãos nas minhas costas com muito carinho, então percebi que meu amado irmão havia morrido no acidente, mas ainda não me tinham falado nada!!! Não suportei minhas irmãs gritando por ele (já há lágrimas em meus olhos agora, pois é a primeira vez que escrevo essa tragédia). Outro amigo que estava lá também me colocou dentro de seu carro e me levou à minha casa, sendo que no caminho contou-me sobre o falecimento instantâneo de meu irmão no acidente (traumatismo craniano). Irmão inesquecível, amado, meu melhor amigo até então e com apenas 32 anos.

Cheguei à minha casa, vi minha filha e esposa (ainda não sabiam da gravidade do acidente). Não consegui contar direito. Entrei em pânico novamente e tive que tomar um calmante que foi buscado às pressas (como já não estava tomando mais medicamentos, o efeito do remédio foi rápido, preciso).

Logo, voltei à casa de meus pais, já mais calmo em virtude do calmante. Mas aí veio a razão: Como assim? Morreu? Não vou vê-lo mais? E a nossa pescaria, o nosso jogo de truco nos botecos e o nosso futebol? E as nossas lutas de brincadeira? E meu aniversário no domingo, ele não vai me abraçar? A dor me tomou conta como nunca havia sentido, parece que enfiaram em meu peito um instrumento pontiagudo e mortal, mas sem o poder de me levar a óbito.

A casa foi enchendo, enchendo... Não suportei ver a chegada de seu corpo, entrei em pânico novamente e tive que sair. Somente o vi após acalmar-me muito. Ele tinha muitos amigos, amigas, possuía uma inteligência interpessoal muito grande. Era espalhafatoso e de muita boa aparência. Ver a situação da mãe, do pai, dos outros meus irmãos, primos, foi uma coisa terrível (nunca vi tantos homens chorarem).  

Não quero prolongar, já faz 15 anos de sua partida (sonho com ele quase todas as semanas). Somente tenho um objeto que lhe pertenceu e que fica na minha gaveta, entretanto, quero deixar gravado abaixo uma dedicatória á pessoa que a maioria das famílias teria orgulho de tê-la, dedicatória esta que nunca fiz:

Oi, como você está, Giovanni Souza Gouvêa?

Aqui é seu irmão que o amou muito e ainda o ama!!!

Disse-me uma vez que não queria viver muito, por quê?

Por que não queria chegar aos 40 anos?

Até desconfio, amava tanto a gente que não queria ver

ninguém partir da nossa família!!!

Com certeza está comigo e nas minhas orações por você,

Está nas minhas histórias, no seu exemplo, está nas minhas risadas,

Mas também habita minha parte triste.

Éramos muito felizes, nunca discutimos e éramos inseparáveis,

Mas não tem problema não, creio que um dia haverei de revê-lo.  

Lá em casa, nunca mais houve Natal e Ano Novo,

Cada irmão respeita nossos pais,

pois afinal, há uma cadeira sobrando e vazia, onde sua ausência

jamais será suprida.

Sua alegria, bondade, amizade e compaixão deixaram-nos muito órfãos,

Meu irmão amigo ou amigo irmão (até hoje não consigo escolher uma).

Aqui vou terminando e ficando na certeza de que está nos braços de Deus.

Lá em casa, para mim, sempre serão sete irmãos. Você jamais sairá deste número.

Amor e saudades eternas.

 

Rafael Souza Gouvêa

 

Digo-lhes que não foi fácil escrever este Capítulo; mas tinha que fazê-lo, pois na perspectiva do Transtorno do Pânico, tal situação fez com que o mesmo voltasse, onde, novamente, tive que voltar ao tratamento, apesar de minha resistência. Mas houve outro episódio fatal e  horrível que me descontrolou de vez....

Estou muito contente com os e-mail que já comecei a receber. Então reitero: Vamos compartilhar?

Até breve!!!

 

CAPÍTULO 10
MINHA VIDA PESSOAL, PROFISSIONAL E ACADÊMICA

Dando a devida continuidade ao Capítulo anterior, após a partida de meu irmão, não retornei imediatamente ao psiquiatra com o qual tinha feito o tratamento de 01 (um) ano, conforme já mencionado. Fiquei igual a muitas pessoas que passaram pela mesma situação: A dor nos primeiros dias, que culminavam em semanas e estas últimas em meses. O difícil foi retomar minha vida e ter que enfrentar os mesmos lugares aonde a gente se encontrava; mas só que desta vez e pela primeira vez não havia a presença dele. O tempo é o senhor de muitas coisas, dentre elas, a amenização e a aceitação do fato em questão, destarte, JAMAIS O ESQUECIMENTO.

Ressalto que o tratamento com o psiquiatra de São Lourenço foi muito consistente, deu-me forças e ainda acrescento que o tempo que tinha passado sem as crises (antes do fatídico 16/05/96), foi outro fator que havia me fortalecido, não estando mais tanto vulnerável ao Transtorno. É lógico que demorei um pouco para me restabelecer, mas nada de pânico nas semanas e meses seguintes após o fato. Com o tempo, já tinha voltado à rotina e não necessitei de uso de medicamentos.

Aí, veio residir aqui em Baependi, aonde eu também residia à época, um tio de minha esposa para fazer um tratamento de dependência química (alcoolismo), oportunidade em que obteve apoio da família, inclusive de mim. Já era meu conhecido, sendo uma pessoa muito querida também na família. Foi a um médico e permaneceu na abstinência por meses. Teve sua saúde melhorada consideravelmente. Uma diferença substancial de quando chegou.

Infelizmente, a distância do álcool não prevaleceu (tinha ficado uns três meses sem beber). Não quis retornar à sua cidade e para sua esposa e filhos, voltando novamente à dependência, em que pese o amparo que lhe foi dado. Já havíamos fortalecidos os laços de amizade.

Tal retorno foi implacável, entregou-se de corpo e alma ao álcool. Mas entrou em profunda depressão. Todos nós ficamos preocupados.

È de meu costume levantar bastante cedo. Então, no dia 06/12/06, outra vez 2.006, recebi um telefonema do meu sogro ao amanhecer: Venha aqui em casa que o meu cunhado está morto, isso mesmo: Morto!!! Senti instantaneamente aquele estresse típico, mas a tomada de providências por minha parte urgia: Havia crianças na casa do irmão de minha sogra, logicamente, tio de minha esposa. Então, fui até lá correndo. Vi o que nunca mais quero ver: Meu amigo havia cometido suicídio, mediante enforcamento. Seu corpo ainda estava atrelado à madeira e pendurado. Confesso-lhes que não entrei em pânico, mas a situação psicológica e física ficaram demasiadamente descontroladas. A questão, pensei à hora, era retirar as crianças e levar para minha casa, ligar para a polícia e não mexer no corpo. Tudo isso fiz, esquecendo-me de mim e do mal estar acentuadíssimo ao qual estava submetido.

Não havia jeito de eu não fazer uma ligação com a morte de meu irmão, afinal, de maio para dezembro era muito pouco tempo para episódios tão pesados. No dia, procurando oferecer ajuda, não sofri tanto. Entretanto, quando do velório, principalmente na despedida, tive que me ausentar: Uma crise de pânico muito forte me pegou outra vez, pois a lembrança da despedida de meu irmão veio imediatamente à minha mente.

Não tecerei detalhes, foi horrível!!! Relatei porque foram passagens em minha vida que estiveram ligadas diretamente às crises.

Passados alguns dias, a ansiedade e a insegurança voltaram com toda força. Tornaram-se insuportáveis e as crises voltaram com freqüência e fortes. Não me restou alternativa, não era mais capaz de reagir sozinho. Aí, deu-se minha volta ao Psiquiatra de São Lourenço para reinício do Tratamento, que será contado do Capítulo seguinte.

Fiquem com Deus e até breve!!!

 

CAPÍTULO 11
MINHA VIDA PESSOAL, PROFISSIONAL E ACADÊMICA

Primeiramente, peço desculpas pela publicação do texto incorreto e referente ao terceiro parágrafo do artigo anterior, o qual foi devidamente retificado nesta data de 28/09/11.

Então, conforme já relatado, infelizmente, tive que retornar ao psiquiatra de São Lourenço. Novamente, cheguei ao consultório em condições precárias, necessitando de retorno aos medicamentos e amparo psiquiátrico urgente, já que as crises tinham voltado com a mesma intensidade de sempre. Mal conseguia me expressar, em virtude do grau de ansiedade. Em certo momento, ao contar ao médico o que tinha ocasionado meu retorno, simplesmente, tive que dar uma pausa: As lágrimas vieram fortemente.

Após me acalmar a ponto de me expressar, mesmo que em condições debilitadas, pude relatar todo o ocorrido, sendo que me foi dito que pelo tudo que eu havia passado, a volta da ansiedade e das crises fortíssimas de pânico eram os fatores principais. Daí, deu-se o reinício de todo tratamento e com os mesmos medicamentos.

Entretanto, como ocorrido e já exposto em Capítulos anteriores, naquela ocasião, não saí da consulta tão confiante, tão aliviado, pois, não foi nada fácil para mim o ano de 1.996 (ocorreram fatores estressantes demasiadamente fortes), os quais nem necessitam de serem reeditados.

Já era o início 1.997 e de fato a minha recuperação foi muito mais lenta do que em ocasiões anteriores. Tive que me cuidar bastante, evitando situações de conflito e quase tudo que podia me excitar. Não estava tendo mais as crises, por estar amparado pelos remédios e pelas consultas psiquiátricas freqüentes. O medo e a taquicardia demoraram a sair de mim. Meu sono não me descansava. Enfim, tudo que havia adquirido de reequilíbrio havia se perdido, onde passei a evitar NOVAMENTE viagens (principalmente na condição de motorista), reuniões, discussões, jogar futebol, etc.

Mas friso que nunca, desde a primeira crise, tirei, sequer, um dia de licença do trabalho e não deixei de sair de casa, por mais oneroso que fosse para mim. Na verdade, sempre pensei: Ou o enfrentamento ou uma piora fatal para minha vida, englobando-a em todos seus aspectos.

Apesar dos sintomas do Transtorno do Pânico serem clássicos, pois se trata de uma doença, o comportamento diante dela se difere de pessoa para pessoa; somente quero dizer que a aceitação, o enfrentamento e a busca pelo tratamento adequado são elementos essenciais, não devendo o indivíduo ENVERGONHAR-SE de ter a Síndrome e muito menos depois de ter uma crise e solicitar socorro (já senti isso e sei que é comum).

Prezados leitores, a minha labuta não foi fácil e nem é fácil até hoje (igualzinha a quem é acometido pela doença e que ainda o será), mas não sinto mais tristeza porque aceitei e corri atrás de uma qualidade de vida que mereço e que todos vocês merecem.

 Não hesitei em expor meu problema, cuja tônica principal é de AJUDA. Solicito também que não hesitem: Escrevam-me para meu e-mail e/ou no site.

Terminando mais este Capítulo, adianto que nem cheguei ao término do 1º semestre de 2007 sem ter a crise novamente, o que me levou  a tomar outras providências.

Até mais!!!

 

CAPÍTULO 12
MINHA VIDA PESSOAL, PROFISSIONAL E ACADÊMICA

Dando continuidade e com vistas ao último parágrafo do Capítulo anterior, as crises voltaram de novo e antes do que eu pudesse prevê-las. Realmente, não espera por isso. Só que desta vez, resolvi não mais voltar ao psiquiatra de São Lourenço (já estava cansado de ir – houve também uma quebra de confiança por minha parte em relação ao profissional), fato este que foi determinante na minha atitude, aliás, tal situação acontece com muitas pessoas, não somente comigo. O grande alicerce do tratamento para a doença é a confiança, principalmente no que você ouve. O que eu ouvi há um tempo já não fazia mais efeito quando repetido. O tempo passou e com ele também passei a me conhecer mais e desenvolver um senso crítico dentro do contexto patológico; não quero, absolutamente, aqui dizer em auto-suficiência; pelo contrário, busquei novamente outra alternativa e devidamente assistido por um médico.

Pelo todo exposto até agora, já havia feito até a metade de 1.997 uma verdadeira via-sacra a médicos. A gente cansa mesmo e também já havia adquirido uma experiência sobre os medicamentos. Então, resolvi voltar àquele médico de Baependi que pela primeira vez diagnosticou a Síndrome do Pânico em mim. À época, também, assisti a uma entrevista na TV de uma pessoa que tinha o transtorno, onde mencionou o mesmo remédio principal para o pânico que eu fazia uso.

Todos nós sabemos que a maioria dos psiquiatras participa de congressos para se atualizarem, de onde trazem os medicamentos a serem prescritos, alterados/mantidos ou combinados com outros.  Em uma das consultas, foi-me dito que o medicamento alopático que eu estava ingerindo era o mesmo no mundo inteiro (esta afirmação originou-se de um congresso).

Percebe-se, então, que nunca desisti, somente corri atrás do melhor para mim.

Quando de uma nova consulta ao médico de Baependi, expliquei que já havia passado pelo psiquiatra, que ele havia aumentado a dose do medicamento e acrescentado outro. Assim, os mesmos medicamentos e dosagens foram mantidos. Por se tratar de um clínico geral, minha pressão arterial foi medida, minha pulsação conferida, meu pulmão examinado, etc. Clinicamente não tinha nada de errado comigo, isso me aliviou demais, porque a gente não aceita outro tipo de doença, aliás, já tive crise de pânico por entrar em ansiedade em virtude de uma infecção urinária; por ter tomado sol demais em uma pescaria (insolação – fiquei três dias engatinhando e ainda tive outra crise por isso, muito bom estar com queimadura e ter um crise engatinhando). Tomar sol demais e ter insolação é normal, mas é normal entrar em pânico por isso? Lógico que não, é a questão da nossa personalidade perfeccionista que se estende até o fato de não aceitarmos o estado de qualquer enfermidade, mesmo as mais simples e corriqueiras, este é um fator que constitui um dos motivos da necessidade da terapia.

Nesta época (1.997), ainda estava chefiando a Receita Estadual de Caxambu, mas já havia concluído do curso superior em 1.996 (menos um entrave). A minha persistência era e é muito forte.

Voltando ao assunto do tratamento com o clínico que mencionei acima, fiquei uns quatro meses fazendo o tratamento com ele. No início, tive uma melhora boa; entretanto, a ansiedade voltou e as crises também. Adivinhem o que fiz: Outro psiquiatra, mas desta vez em Varginha e por indicação.

Meu Deus do Céu, lá fui eu de novo viajar (na condição de motorista) e por mais uma vez em condições precárias, cujo tratamento e resultados serão mencionados no Capítulo seguinte.

Não deixem de visitar a seção “Curiosidade & Cultura”.

Que Luta!!!

Até mais!!!

 

   CAPÍTULO 13
MINHA VIDA PESSOAL, PROFISSIONAL E ACADÊMICA

A Consulta foi marcada, fui mais uma vez a um novo médico e como dito no Capítulo anterior, em condições de ter o pânico na estrada (dirigir requer atenção, causa tensão), isso, era tudo o que eu não precisava. E não é que o perigo me rondou: Assim que estava chegando a Varginha, antes da ponte do Rio Verde, uma carreta do outro lado da pista, provavelmente pelo fato do motorista ter dormido, veio ao meu encontro e totalmente desgovernada. Caso o motorista não tivesse acordado pelas minhas buzinadas, o acidente iria acontecer (não havia como eu desviar); somente ele poderia tê-lo feito. Graças a Deus, assim o fez e nada aconteceu. Nunca havia passado por isso numa rodovia. O susto foi enorme, o coração disparou e o frio no estômago? Por incrível que parece, não entrei em pânico, mas passei bem mal e não foi fácil chegar até o consultório (pareceu-me uma eternidade). Aliás, o tempo é relativo, faça coisas que você gosta e que não gosta, qual você terá a impressão de ter passado mais rápido?

Na consulta, senti-me, pela primeira vez, cansado de repetir toda a história desde 1.993, com detalhes, para que o novo psiquiatra pudesse entender tudo. Então, novamente o diagnóstico do Pânico foi confirmado (aliás, em todos os médicos pelos quais passei, desde aquele clínico geral de Baependi que o descobriu em mim, todos os demais confirmaram). Isso já não era nenhuma novidade para mim. Aconteceu que o médico manteve o medicamento principal para o pânico, entretanto, receitou outro calmante que nunca havia feito uso.

Informo-lhes que a consulta foi muito boa, saí confiante e menos ansioso. Falar, expor-se e reclamar me fez muito bem perante a um profissional especializado. Mas aquele médico me disse uma coisa fundamental: “Você pode fazer tudo que uma pessoa normal faz, esse é o caminho para sua grande melhora e autoconfiança”. Palavras estas que carrego até hoje e que me fizeram ir mais adiante (já era teimoso quanto ao transtorno) e tendo um reforço desse quilate, fiquei eufórico. Também havia o novo calmante receitado, no qual depositei total confiança.

Acontece que com o tempo fui percebendo que liberdade e responsabilidade têm que ser muito equalizadas. Aliás, não é uma questão voltada somente para a Síndrome do Pânico.

Já era o início de 1.998 e mais uma vez melhorei bastante, mas carregava seqüelas de várias crises desde 1.993 (quase cinco anos). Estas e tantas questões relacionadas à ansiedade, traumas e demais mazelas não saem da gente como numa precisão cirúrgica. O processo mental é muito mais complexo: Vocês sabem disso.

Passei por um período bom, mas como já dito, percebi que não podia me atirar numa vida sem cuidados. A minha autoconfiança tinha que vir aos poucos, ainda dependia de uma melhora substancial. O tratamento foi levado a sério, tomando os medicamentos com rigor e voltando regularmente ao psiquiatra, conforme suas instruções de retorno.

Sabemos que as consultas, remédios e a terapia são caros e muitas vezes necessitamos mais de palavras do profissional que nos assiste, mesmo que por telefone, do que de aumento de medicação.

No meu caso, tive diagnosticado “Transtorno Generalizado de Ansiedade”. Porquanto, já sabia que não seria fácil desvencilhar-me da situação. Tanto é que, por mais uma vez, tive outra crise forte de pânico (em pleno tratamento). A situação voltou a se repetir (novo médico, uns quatro meses e nova crise). E a confiança no profissional, conforme já foi dito por mim, para aonde vai?

Não mais quis retornar, assim como aconteceu com o psiquiatra de São Lourenço.

E aí? Fui a um inédito profissional de novo, cujas menções constarão no próximo Capítulo.

Não deixem de ler a seção Curiosidades & Cultura.

 

Até breve e me escrevam!

 

   CAPÍTULO 14
MINHA VIDA PESSOAL, PROFISSIONAL E ACADÊMICA

Dando continuidade ao Capítulo anterior, indicaram-me um novo médico (também de Varginha e psiquiatra), mas não precisava deslocar até lá (atendia uma vez por semana em Aiuruoca – próximo a Baependi).

Mas já estava cansado da via-sacra, da peregrinação. Demorei um pouco até ir à primeira consulta. Fui tocando minha vida com os medicamentos que o último médico havia me receitado e não me preocupando muito (a gente acostuma com o que é bom e com o que é ruim também).

Mas antes de entrar nesta novela, intrometi a fazer um Check-Up, pois o último exame de sangue que tinha feito foi lá em 1.993 (nas minhas primeiras crises, onde o resultado acusou princípio de infecção urinária e verme – o médico riu de mim). Resultado: Colesterol 480 e triglicérides 550 (lembro-me exatamente destes números). Fiquei muito ansioso e temeroso com os resultados (a gente que tem pânico não é de aceitar doença facilmente). Fiquei com muito medo e pensei: Meu Deus do Céu, mais essa herança (meu irmão foi doar sangue certa vez e o mesmo não saía fácil da seringa), fez também exame e o triglicérides dele estava em 1.100.

Bom, esta nova questão metabólica me preocupou muito, então fui atrás das providências: Regime e caminhada de 8 km, pelo menos quatro vezes por semana. Ocorreu, após duas semanas de caminhada, uma melhora tão substancial na minha ansiedade que percebi que o exercício físico também era e é fundamental no tratamento do Transtorno do Pânico. Este foi outro fator que retardou minha ida ao novo psiquiatra mencionado acima, tão grande foi minha melhora.

Mas, pela minha experiência à época, sabia que tinha que buscar esse novo médico. Assim o fiz: Desloquei-me até Aiuruoca e para minha primeira de muitas primeiras consultas (tive vontade de gravar desde 1.993 minha história somente para não ter que repeti-la). Mesmo diagnóstico e palavras confortáveis, entretanto, pela primeira vez me foi prometida uma cura. Novo medicamento e a mesma fala de que se tratava de um novo tratamento usado e convencionado no mundo inteiro por intermédio de Congresso. O médico me achou muito calmo, mas expliquei para ele que estava fazendo caminhada, pois antes dela, estava mal.

Voltei à minha casa tranquilamente e por mais uma vez iniciei o tratamento e continuei a fazer caminhada, retornando regularmente ao médico.  Triglicérides e colesterol cederam e voltaram à normalidade. Mas, por pura preguiça, deixei de fazer caminhada, ficando somente com os medicamentos novos.

Mesmo tomando medicamentos, infelizmente e mais uma vez comecei a ter crises novamente. Só que desta vez não troquei de médico como outrora, sendo que o mesmo  indicou-me uma psicóloga em Baependi.

 

Até breve!!!

P.S: A Seção Curiosidades & Cultura foi criada para proporcionar dentro do site um ambiente de leitura para todos, onde procuro sempre trazer matérias interessantes que possam contribuir com a Cultura.

 

 CAPÍTULO 15
MINHA VIDA PESSOAL, PROFISSIONAL E ACADÊMICA.

 Antes de entrar na minha terapia inédita com uma psicóloga, gostaria de mencionar que já estou recebendo muitos e-mail, aos quais prontamente respondo e converso bastante com as pessoas, até via Facebook.  A experiência tem sido ótima, pois fica consolidado que os sintomas são os mesmos para todos nós portadores do Transtorno.

Dentro desta ótica, é que renovo minhas solicitações já feitas anteriormente: Caso não queiram colocar seus depoimentos no website, mandem-me e-mail, solicitem amizade via Facebook. Tenho absoluta certeza de que, já por experiência, que a conversas virtuais são altamente positivas para ambas as partes.

Também estou recebendo perguntas sobre se pretendo formar um grupo e/ou palestra sobre a questão. Isto depende de vocês. Estou à disposição, pois tudo devemos fazer para obtermos uma qualidade de vida que merecemos.

É ruim demais ter a crise, o corpo demora a se recuperar pela perda excessiva de energia. Pós-crise, geralmente, vem a dor de cabeça, perda de apetite, tristeza e outras mazelas, sem falar nas fobias que vamos criando ao longo do tempo.

Se eu sofrer alguma fratura, Deus permita que não, obviamente vou procurar um ortopedista, que é o especialista adequado. Qual a resistência de ir a um psiquiatra e fazer terapia? Urge que se quebre esse tabu de que quem vai ao psiquiatra é louco. Que Louco? Ansiedade, Depressão e Síndrome do Pânico, por acaso, é loucura? É uma doença como outra qualquer e muito mais leve do que muitas, todos sabem disto. Espero que quem ainda carregue tal resistência quebre imediatamente a mesma e procure um psiquiatra. Após a consulta, verá que o alívio é imenso e o tratamento traz em seu bojo a contemporaneidade. Absolutamente, não há nada demais!!!

Quando resolvi criar o presente site, não pensei em mim, pensei em todas as pessoas acometidas pelo pânico. Então, necessito demasiadamente da ajuda de vocês também: Divulgando o site, entrando em contato comigo, sugerindo matérias, postando depoimentos no site. Quanto aos e-mail, já disse e volto a salientar que somente eu e quem me escreve é que tem acesso ao mesmo, é sigilo absoluto de minha parte. As histórias de cada um têm muito poder de enriquecer a nós todos.

A Seção Cultura & Curiosidades foi feita para não ficarmos somente no tema central do site, visando um ambiente prazeroso de se ler.

Para aquelas pessoas que já me escreveram, digo que fiquei imensamente feliz em poder contribuir e ouvir sua história.

Digo também que não tenho diário de minha história com o pânico, tenho que pescar na memória a cronologia da mesma. Às vezes, esqueço de fatos, mas sempre no Capítulo seguinte procuro colocá-los.

Doar-se é melhor do que receber, servir é melhor do que ser servido. O Estado por si só não é capaz de dar o atendimento necessário e adequado à questão, pode haver exceção em algum município deste imenso Brasil.

O presente Capítulo tomou um rumo que eu não esperava (não faço rascunhos), onde deixo para o próximo a continuidade de minha história.

Fiquem com Deus e reflitam bastante, solicitando aos seus familiares que leiam também para ver se entendem o problema (não são todos, mas há muita gente que precisa de tal conhecimento).

Até mais!!!

 

CAPÍTULO 16
MINHA VIDA PESSOAL, PROFISSIONAL E ACADÊMICA

Prosseguindo com minha história e me reportando ao último parágrafo do Capítulo 14, minha ida à Psicóloga demandou certo tempo; fiquei retornando às consultas com o novo Psiquiatra de Varginha (ora ia a Varginha e ora ia a Aiuruoca).

Somente para relembrar, no ano 1.998 e até o final dele fiquei com tal médico, entretanto, as consultas começaram a ficar sem efeito, uma vez que somente minha pressão arterial era medida e os medicamentos mantidos, não obtinha o suporte psicológico devido. Fui retornando, retornando até que não vi mais sentido na situação: Tudo igual, voltando o médico a repetir que os medicamentos que eu estava usando eram os mesmos que os pacientes acometidos pelo pânico usavam na maioria dos países, então, em virtude de ter que me deslocar, já estar sendo repetitivas as consultas (somente para obter receita) e gastando bastante dinheiro, fui me distanciando aos poucos, em que pese as crises não terem me abandonado, apesar de amenizadas. Realmente, não havia mais sentido em continuar com o médico, então, novamente rompi, mas não deixei de tomar os medicamentos, pois sem eles, sabia que não podia ficar.

Daí surge até um questionamento: E as receitas? Às vezes conseguia na farmácia por haver sobra de algum paciente que não deu certo com os mesmos remédios; ora ia ao mesmo clínico geral de Baependi e já mencionado em Capítulos anteriores para obtê-la e algumas vezes me diziam que havia uma caixa sobrando. Assim fui levando: Tinha crises, fobias e me sentia limitado em muitas coisas. Por tudo que já relatei, percebe o leitor que nunca deixei de lutar, mas não adiantava também ficar gastando, gastando e ouvindo as mesmas coisas e fazendo uso da mesma alopatia.

O remédio era caríssimo e não havia genérico, hoje não sei seu preço, deve ter caído em virtude da quebra de patente. Até me lembro que o ator Gerson Brener, após sofrer um acidente ou coisa parecida, quando estava na Rede Globo e, não podendo mais trabalhar, foi à outra emissora pedir ajuda para adquirir o mesmo medicamento.

Tinha que sacrificar outros compromissos mensais para poder ter o remédio diariamente. Quem mora em cidade pequena sabe que se tem caderneta em padaria, farmácia, mercearia. Isso me ajudava muito. Quando não nada para honrar com todas as contas, eu negociava. O que mais podia fazer?

Bom, após um bom tempo de uso, vi que o medicamento caríssimo e de última geração, como o médico havia me dito, não foi capaz de me estabilizar. Decidi conversar com o clínico geral de Baependi e trocar por um mais barato, cujos efeitos continuaram a serem os mesmos, não senti nenhuma alteração (mesmas crises, mesmas fobias). A verdade é que à época, isso há 13 (treze) anos, o Transtorno do Pânico não era tão conhecido e nem os medicamentos tinham a eficácia dos de hoje.

Já estava habituado um pouco a sofrer e tocar a vida à frente, não tinha alternativas, já havia peregrinado demais. Assim fui vivendo, com idas a hospitais nas crises mais fortes. Levei essa situação até o final de 1.999 (mas aqui friso que os ataques de pânico não eram tão freqüentes como já relatados em capítulos anteriores). Mas tinha que me monitorar (conhecer meus limites). Às vezes, abusava e aí a crise vinha.

Então, prezadas e prezados leitores, em muitas coisas há pontos de intersecções entre nós. Não foi fácil e não é fácil, por isso criei o site: Ajudar.

Até mais e fiquem com Deus!!!

 

CAPÍTULO 17
MINHA VIDA PESSOAL, PROFISSIONAL E ACADÊMICA 

CAPÍTULO 17
MINHA VIDA PESSOAL, PROFISSIONAL E ACADÊMICA

 

Prosseguindo com minha história, já era o final de 1.999. Estava ainda na Chefia da Receita Estadual de Caxambu, sendo que, apesar de todas as dificuldades já relatadas, consegui ter um desempenho gerencial que atendeu à minha Chefia (somente para lembrar, fui nomeado para o cargo de Chefe/Receita/Caxambu no início de 1.991), então há de se concluir que fui muito insistente mesmo (gostava demais da gerência e também necessitava da remuneração do cargo) e fui teimoso o suficiente para enfrentar o transtorno do pânico aliado às diversas situações que um cargo gerencial traz de implicância em nossas emoções: estresse, ansiedade, excesso de serviços, viagens, reuniões e outros estímulos. Em tal cargo permaneci por quase nove anos. Entretanto, por cansaço devido a tanto tempo na Chefia, além do fato de que à época já podia deixar o cargo sem perder a remuneração do mesmo (já havia adquirido o direito de incorporar no meu salário tudo o que eu recebia no cargo), então, resolvi sair da gerência, tornando-me um funcionário da Repartição, sendo que outro chefe foi nomeado (pensei também no colega que queria e precisava do cargo).

Na questão acima, com toda sinceridade, nunca fui ligado ao status, mas sim ao gosto imenso pela gerência, principalmente por lidar e aprender muito com funcionários e público usuário da Repartição. Mas não posso deixar de mencionar que a diferença de remuneração do cargo de chefe para o meu cargo efetivo (concursado) era substancial naquele período e também necessitava do tempo mínimo de 10 anos no cargo para ter direito de voltar a exercer as funções do cargo efetivo, mas com salário de chefe (já tinha 02 anos de chefia em Paraisópolis e somado com o tempo da Chefia de Caxambu, ultrapassava tal período mínimo).

 Foi uma conquista muito importante para mim, tanto no aspecto financeiro (não que eu ganhava muito – a questão era que o cargo efetivo pagava pouco demais) e no psicológico (ter enfrentado tudo sob a égide do pânico), além, ainda, de ter concluído o curso de Administração de Empresas no período de 2.003 a 2.006. Quando fui substituído, o alívio tomou conta de mim, havia tirado um enorme peso dos meus ombros. Poderia trabalhar com mais tranqüilidade e com menos pressão, sendo que tal situação para quem tem pânico é muito mais propícia.  

Por questão de justiça, não posso deixar de mencionar a minha equipe de trabalho, enquanto estava na Chefia. Trabalhávamos, na maioria dos dias, com muita tranquilidade, pois o clima organizacional era ótimo (logicamente que de vez em quando havia algo, mas nada que tivesse o poder de alterar o ambiente favorável), nem mesmo a questão de haver um funcionário alcoólatra, por ser o mesmo muito humilde, competente e amigo. Era ruim para ele mesmo.

 Apesar de eu ter tentado recuperá-lo com muito diálogo, inclusive com a família dele, de ter acionado a Superintendência de Recursos Humanos (Belo Horizonte), de ter o levado a médicos; outra vez o vício foi mais forte e ele veio a falecer e por mais uma vez perdi um amigo com pouca idade (como se já não bastassem as perdas traumáticas que já haviam ocorridas em 1.996, conforme já relatado, precisamente no Capítulo 8). Viajei e fui ao velório, aonde me veio à mente todas as minhas perdas. Senti muito, mas o que eu podia fazer? Em hipótese alguma poderia deixar de prestar minhas últimas homenagens. Aquilo não me fez bem não, tive aumento significativo na ansiedade e demandou certo tempo para me recuperar, pois ainda estava tendo crises de pânico, em que pese o fato das mesmas estarem ocorrendo com menos freqüência. Como é que eu não iria fazer uma ligação da morte dele com aquelas de 1.996? Pai, mãe, mulher, irmão, filhos e amigo chorando. Tudo igual...

Foi fácil para mim de 1.993 a 1.999? Óbvio que não, sofri muito. Mas tive momentos felizes também. Nos próximos capítulos, vocês tomarão ciência de que minha luta teve que continuar.

Antes de findar mais este Capítulo, reitero meu pedido para que me escrevam via e-mail, isto ocorrendo fará muito bem para nós. Experimentem, ousem, quebrem as correntes, falem, desabafem (também preciso me desabafar).

“A MENTE QUE SE ABRE ÀS NOVAS IDÈIAS JAMAIS VOLTA AO SEU TAMANHO ORIGINAL”

Albert Einsten.

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Até mais e fiquem com Deus!!!

 

CAPÍTULO 18
MINHA VIDA PESSOAL, PROFISSIONAL E ACADÊMICA

 

Antes de dar cronologia ao Capítulo anterior, contarei agora, por ter sido outro fato marcante em minha vida, que quando eu tinha 8 (oito) de idade, em 1.974, estava com a garganta infeccionada e/ou inflamada e era o mês de maio. Até hoje, há no Colégio de minha cidade natal (Baependi) uma festa maína, a mais famosa da cidade. Morava praticamente de frente ao portão da escola.  Fui à festa com aquele frio típico de minha terra. Aconteceu que a situação agravou-se por demais, a ponto de no outro dia, ao anoitecer, já estar deitado e tranqüilo, mas a mãe começou a ficar apavorada: Estava com as pernas muito inchadas, então fui levado ao médico, fiz exame e foi detectado que se de trata de uma nefrite aguda.

Iniciei o tratamento e tinha que ficar de repouso absoluto, deitado e sempre numa posição só; às vezes é que eu me virava um pouco para descansar. Os primeiros remédios receitados eram horríveis, lembro-me de um que era verde (não conseguia tomar e quando o fazia vomitava). O médico alterou os medicamentos.

O meu sangue para exame era coletado em casa, sendo que cada um que eu fazia estava pior do que o anterior. Via minha mãe chorando. O meu quadro somente foi piorando, piorando, até que não teve outro jeito: Minha irmã morava em São José dos Campos e para lá fui levado.

Recordo-me que o nome do primeiro médico que fui era Natanael. A conversa dele com a mãe foi perto de mim, um garoto de oito anos, onde foi dito para ela que meu caso não tinha mais recuperação, mas queria fazer uma biópsia em mim. A mãe chorou demais e não permitiu veementemente que mexessem em meus rins.

Fui internado na Santa Casa de São José dos Campos. O inchaço havia cedido, mas estava magro demais e os medicamentos não estavam fazendo os efeitos necessários (fiquei no hospital por uns 30 dias). O meu companheiro de quarto era filho de um japonês, que por coincidência, o meu tio de Baependi era conhecido do pai dele. O meu amigo de quarto chama-se Nelson Noboro Taketa e obteve alta rapidamente.

Como minha situação somente ia se agravando, minha mãe e minha irmã resolveram me retirar daquele hospital. Naquela ocasião, não podia andar e fui levado no colo pelo meu pai. Lembro-me que o pai abordou um taxista e o mesmo disse que não podia realizar o serviço porque tinha uma corrida agendada. Entretanto, ao olhar para mim, não hesitou e mandou que a gente entrasse no seu carro.

Sabia que estava sendo levado para uma creche, já que tinha ouvido de minha irmã. Os meus pais eram pobres, com sete filhos.

Ao chegar à creche, lembro-me como se fosse hoje: Havia uma escada de uns 20 degraus e subi somente com minha mãe. Ao adentrar, deparei-me com várias crianças carecas e com aspectos de enfermidades gravíssimas (possivelmente, portadoras de câncer). Minha mãe me colocou num berço e se foi lentamente e chorando, mas pela primeira vez desde o início da doença, fiz uma intervenção no caso: Olhei novamente para todas as crianças e para a enfermeira. Acho que num instinto de luta pela vida, sobrevivência e lucidez, rapidamente veio à minha mente que naquele local iria me padecer. Então, saltei do berço e desci as escadas correndo, apesar de estar extremamente fraco para tal façanha. Meu pai, mãe e minha irmã ainda estavam no final da escada conversando. Quando me viram, logo veio a minha amada mãe e me acolheu em seu colo.

Disse a todos que ali não ficava, mas devo tê-lo feito de uma maneira assertiva. Minha irmã estava com 23 anos e já havia se mudado para São José dos Campos com 17 anos.

Naquela oportunidade, quando disse que não ficaria ali, recordo-me perfeitamente o que ela disse: “Aqui em São José tem um médico muito famoso, Doutor Wander Cyrio Nogueira, mas é caro demais, mas não tem outro jeito, só levando o Fael lá, é a última esperança”. Como se pode perceber, naqueles tempos, somente em maiores centros e com especialistas, nas doenças mais graves, é que as vidas eram salvas. Nas pequenas cidades e iguais a Baependi, somente havia clínico geral. Hoje, a medicina avançou demais e a condição de tratamento é muito diferente. Há diversos especialistas em Baependi atualmente. Se há gente morrendo na fila do SUS até hoje, imaginem então um pobre naquela época, sem dinheiro, sem medicina avançada. É porque se tratava do Vale do Paraíba, rico até hoje.

Bom, então fui levado ao Doutor Wander, esse merece assim ser chamado, independente de ter o título de Doutor ou não. Ao contrário do Natanael, aquele homem frio, desprezível, desumano. Na primeira consulta, limitei-me a ficar quieto (como na maioria das vezes) e fiquei entretido com um quebra-cabeça que estava sobre a mesa do médico. Ele, já num gesto grandioso e carinhoso, perguntou-me se eu o queria , disse que sim, então me foi dado aquele brinquedo.

Recordo-me de poucas palavras da consulta, mas percebi que minha mãe saiu de lá aliviada, entretanto, preocupada, pois o médico disse que me curaria, desde que ela fosse uma enfermeira para mim. Houve alteração de todos os medicamentos, não necessitei de ser internado novamente. Fiquei sob os cuidados da melhor mãe do mundo na casa da irmã dela, também em São José dos Campos. O quarto dava para a horta e eu podia vê-la, bem como os aviões passando, sempre de olho para o céu (assim tinha que me permanecer – não podia ficar em outra posição, como já foi dito).

No tocante aos medicamentos, somente me lembro da Benzetacil, aquela injeção de líquido branco e que doía demais (estava muito magro e era difícil de aplicar), meu corpo estava totalmente dolorido e com caroços em virtude das aplicações intramusculares. Quem tomou certamente se lembra. Na minha primeira injeção, o responsável pela aplicação não havia feito um teste. Aplicou toda a dose contida na seringa, Resultado: Mãe chorando e eu passei extremamente mal (acho que cheguei a ficar desacordado). Entretanto, não me lembro como foi o próximo método, mas foi a benzetacil inserida regularmente no meu organismo que me curou (tomei tal injeção por seis meses).

Em nenhum momento a mãe largou de mim. Então, depois de curado, voltei para Baependi, isso já em 1.976. Na verdade, não ia inserir este assunto, mas percebi que ele foi também um dos causadores do Transtorno do Pânico em mim. Já que sofri um trauma, conforme todo exposto. Por várias vezes, acordava de madrugada e perguntava para mãe (isso já em Baependi e curado) se minhas pernas estavam inchadas. Perguntava isso na rua também para meus amigos, até que fui esquecendo aos poucos e voltei à vida normal de uma criança.

É, confesso-lhes que não foi muito fácil para eu escrever isto; mas vou terminando muito mais aliviado do que quando comecei o mesmo.

Fui salvo, tinha que viver e agradeço a Deus e a toda minha família, principalmente à minha mãe, pai e irmã.


Fiquem sob as bênçãos Divinas.

Até breve!!!

 

CAPÍTULO 19
MINHA VIDA PESSOAL, PROFISSIONAL E ACADÊMICA

 

Após o Capítulo anterior, volto à sequência do Capítulo 17.

 

O Ano de 1.999 já havia se findado. Em janeiro de 2.000 entrei de férias, depois retornei às minhas atividades profissionais em fevereiro, mas desta vez como um funcionário normal da Repartição.

Como já disse anteriormente, tenho transtorno generalizado de ansiedade, então, a mesma, desde a minha primeira crise em 1.993, sempre foi minha sombra, mesmo que não desencadeasse o pânico. Em 2.000, não havia de ser diferente: Sempre com um grau de ansiedade, variando sua intensidade de acordo com os estímulos do meio. Havia dias em que era leve, havia dias que era pesada e havia dias que nem sequer a tinha. Na maioria das vezes, a ansiedade manifestava-se na parte da manhã, pois tenho uma característica matutina (produzo mais, levanto bem cedo). Mas, sempre ficava me monitorando para que a mesma não se transformasse em crises de pânico, entretanto, o ano não foi diferente de nenhum outro não: Mesmo tomando os medicamentos regularmente, continuei a sofrer com elas.

Continuava tomando os remédios do médico de Baependi mesmo, eis que já não mais suportava, incluindo aí a questão financeira também, de ficar passeando por consultórios psiquiátricos. Á época, mesmo que em 2.000, o diagnóstico e tratamento do pânico não eram tão eficazes quanto atualmente e nem havia a variedade de medicamentos que se tem hoje. Onde um paciente pode se adequar a um e não se adequar a outro.

O que mais eu podia fazer, após ter percorrido tantos médicos e tomados tantos medicamentos variados? Nada, a não ser procurar levar uma vida mais tranqüila possível. Mas todos nós somos sabedores que não podemos passar muitos dias sem termos atritos, sejam eles no ambiente de vida pessoal ou profissional. Então, para quem tem um alto grau de ansiedade que leva ao pânico, realmente há que se ter um cuidado maior. É o que eu fazia ou tentava, mas as crises de pânico continuaram e com grau de intensidade alto. Isto me entristecia, mas logo me recuperava e esquecia logo. Afinal, já estava habituado com tal mazela (já sabia que viriam outras), então, para que desesperar? Enquanto a outra não chegava, procurava viver como se não tivesse nada: Pescava, nadava, andava, viajava e etc., (mesmo levando na mochila as fobias). Não me entregava não!!! Podia dar crises quando estava divertindo, que sempre voltava a tentar me divertir. Muitas vezes conseguia e isso era uma vitória para mim. A pior situação para mim era viajar para outras cidades. Isso era difícil, principalmente sozinho. Mas mesmo assim, viajava (se a crise viesse, então que viesse!).

De vez em quando, retornava ao médico de Baependi, para exames clínicos que me tranqüilizavam (quem tem pânico fica imensamente feliz quando houve que não padece de nenhuma outra doença) e para obter receitas. Assim fui tocando minha vida, mesmo que limitada; porém, não me encontrava entregue à doença. Como já disse, sou teimoso, persistente demais. Tal característica de personalidade me ajudou muito também. Assim pensava: Ter pânico divertindo ou dentro de casa com medo de tudo? Lógico que tentando me divertir, por mais que, em muitas ocasiões, recuava-me, em virtude da crise ou da altíssima ansiedade terem me impossibilitado, estragando meu final de semana ou feriados.

Chorem, esperneiem, fiquem tristes temporariamente após uma crise, tudo isto é normal, mas nunca dêem asas maiores do que o tamanho daquelas que o transtorno já as possui. Aprendam a recuar quando necessário, aprendam a ter uma leitura do estado em que se encontram antes de fazerem algo que pode gerar ansiedade, estresse. Sobretudo, aprendam também a enfrentar e a se divertirem, aí se sentirão mais leves e confiantes por cada passo dado.

Já existiram vezes em que entrei em pânico por medo de temer o pânico. O medo da crise me levou a ela.

Como já dito, saí da chefia e outra colega a assumiu. No início, tudo parecia que ia correr bem, mas não foi tal fato que se fez presente, infelizmente. Houve uma queda no clima organizacional da Repartição e o estresse veio à tona. Não posso deixar de relatar no próximo Capítulo o ocorrido, pois teve influência direta na minha ansiedade e conseqüentes crises. Apesar de ser um assunto um tanto delicado.

 

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Até mais e fiquem com Deus!!!

 

 CAPÍTULO 20
MINHA VIDA PESSOAL, PROFISSIONAL E ACADÊMICA

 

 Bom, dando continuidade ao último parágrafo do Capítulo anterior, por uns seis meses no ano de 2.000, a gestão da nova chefa da Receita Estadual de Caxambu foi tranqüila e sem atritos. Entretanto, após tal período, por questão de incompatibilidade da maneira da mesma conduzir a Repartição e a minha maneira de como a conduzi começou a vir à tona, causando-me uma alta na ansiedade, pois começaram os atritos e as discórdias.

Então, o alívio que tive de sair da chefia, conforme já relatado, não adiantou muito não, pois o ambiente da Repartição não me fazia sentir relaxado, apesar de não ser uma constante. A questão, até por justiça, é que os estímulos de um ambiente inadequado para mim que já tinha o pânico não era em nada favorável. Aqui, não posso deixar de frisar que não fui somente eu que senti. A maioria dos funcionários também sentiu o impacto do novo estilo de gestão.

 Na vida, temos que aprender a lidar com diversas pessoas, pois muitas têm personalidades diferentes da nossa, principalmente para nós que temos o transtorno. É um aprendizado totalmente a nosso favor, já que, até na própria família da gente, encontramos isso. Portanto, há necessidade de reflexão sobre tal situação e a devida ponderação (dentro dos limites também), senão corremos o risco de ficarmos submissos, não fazendo valer nossas opiniões em virtude de recuos para nos preservamos. O ponto de equilíbrio é que temos que buscar.

 

Assim, como não queria deixar de trabalhar em Caxambu, pela proximidade de Baependi, fui trabalhando como sempre o fiz e procurando me adequar o melhor possível, tanto no contato com a chefia e tanto no contato com os colegas. Aliás, os quais, por mais uma vez os menciono, pois a amizade e respeito entre nós permanecem até hoje, prova esta que minha parte interpessoal mesmo como chefe e/ou funcionário é um dos meus pontos positivos (como, todo mundo, também tenho meus defeitos, logicamente).  Neste contexto, infelizmente, somente houve um funcionário que mudou de comportamento comigo após minha saída da chefia, sendo que passei a não conversar mais com ele. Entretanto, quando estava na direção, o tratamento que o mesmo me dispensava era outro: Tinha uma postura muito boa comigo, destarte, totalmente voltada ao cargo que eu ocupava e não com a pessoa do Rafael. Esta situação é mais comum do que a gente pensa (reflitam sobre isto e conseguirão ver a realidade).

De volta ao meu relacionamento com a chefa, friso que não havia desrespeito, sempre as conversas, apesar de algumas serem um pouco mais ásperas, eram amenas. Realmente, a diferença era na personalidade, enquanto ela tinha uma postura mais voltada para o autoritarismo, eu tinha uma postura mais democrática. Essa diferença que era o ponto do estresse, ansiedade e descontentamento. Não posso deixar de mencionar que a mesma, obviamente, tinha e tem suas qualidades. O fato de eu ter o Transtorno do Pânico não foi criado por ela, há que se destacar isso.

A minha vida prosseguia e estava tendo ansiedade e crises de pânico como sempre e não havia lugar para tê-las. Bastava que me descuidasse ou fosse submetido a uma forte emoção, estresse, que a possibilidade do ataque de pânico aumentasse em muito sua probabilidade de acontecer.

Depois de passados estes 10 (dez) anos, caso eu tivesse que passar a situação descrita acima nos dias de hoje, meu comportamento seria outro, uma vez que, com o passar do tempo, adquirimos experiência, controle, maturidade, ingredientes estes que me possibilitariam lidar muito melhor com o ocorrido e sem me trazer tantas consequências, as quais me trouxeram malefícios.

Finalizando mais este Capítulo, saliento que tenho bastante história nessa minha caminhada com o pânico para contar, assim como espero que vocês entrem em contato comigo, pois para isso é que criei o presente website.

 

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Até mais e fiquem com Deus!!!

 

 

 

 

 

CAPÍTULO 21
MINHA VIDA PESSOAL, PROFISSIONAL E ACADÊMICA

Após o relato do impacto de minha saída da chefia, acho importante comentar algumas coisas que eu fazia à época (mesmo tendo crises de pânico). Já mencionei que gosto de pescar. Tenho até hoje um rancho de pescaria no município de Conceição do Rio Verde, mas é ainda o Rio Baependi. Após o expediente da Repartição, o qual se encerrava às 18h00min horas, ia direto de Caxambu ao meu rancho para pescar à noite, pelo menos uma vez por semana. Logicamente, não ia sozinho (ao menos um companheiro). A ansiedade em uma pescaria noturna é natural em qualquer um, pois, na beira do rio, à luz de lampião, tudo quieto, possibilidades de chuvas fortes, cobras (as quais têm hábito noturno), além da expectativa do peixe, realmente geram uma tensão.

Percebia que em mim a tensão se fazia maior, pois o estímulo da ocasião me atingia com mais intensidade, mas tudo em virtude da minha ansiedade e do pânico. Acontece que eu gostava demais e mesmo tendo medo, receio, enfrentava e não deixava de pescar à noite não. Já tive crises durante as pescarias à luz da lua, mas o gosto, a teimosia, o enfrentamento faziam-se maiores. Não admitia deixar deste lazer, mesmo estando sujeito a passar mal. Tenho certeza de isso me tornou mais forte e capaz de enfrentar mais coisas: É a questão de não me limitar, de não me entregar.

Assim fui levando, com os remédios do clínico geral de Baependi e com o quadro em que me encontrava (ora tinha crises, ora ansiedade fortíssima, ora me controlava). Às vezes, ficava triste e irritado de ter que tomar medicamentos, mas logo passava (sem eles e com a tristeza) a situação piorava. O que adiantava então deixar me levar por mais este quadro negativo? Absolutamente nada! Com esforço, buscava força para viver com as melhores possibilidades dentro do possível. Entregar-me? Jamais. Aceitar a doença e o tratamento é fundamental, mas largar de tudo e correr o risco de ficar trancafiado dentro de casa? Não, definitivamente não. Isso nunca quis. Recuava-me quando era realmente necessário.

Quem tem a patologia sabe muito bem do que estou falando. Há medos e receios antecipados. Não digo que é fácil ir em frente (encarar uma viagem, uma pescaria ou outra situação que previamente já nos causa desconforto). Cada um, por mais que os sintomas sejam comuns, tem um grau maior de facilidade ou dificuldade, isso dentro do quadro de Transtorno do Pânico, para fazer coisas que lhe causam emoções, estímulos e tensão. Temos que ter uma leitura disto: Saber aonde podemos pisar e quando pisar. É o autoconhecimento, a leitura interna. Ficamos menos vulneráveis quanto mais nos preparamos neste sentido. Daí é que a essencialidade de um tratamento com profissionais adequados e competentes são vitais. Quem tem condições de pagar pelo melhor, que o faça. Quem, infelizmente, não tem ou não encontra no Sistema Público de Saúde de sua cidade o amparo adequado, está muito mais desamparado. Então? Como vai ficar a situação destes nossos irmãos?

Tenho algumas propostas, sobre as quais é essencial a participação de todos os leitores no encaminhamento de sugestões (vejam agora que estou querendo promover de fato uma ajuda financeira para custear as consultas e os medicamentos). Mas de que maneira será feita?

1-As pessoas que têm condições de promover a ajuda financeira e que conhecem alguém com tal patologia fariam e me relatariam?

2-Todos os leitores, inclusive da seção Cultural, colaborariam financeiramente e a gente criaria um fundo para as pessoas necessitadas? Quem administraria e prestaria as contas?

3-Propaganda de empresas no site?

4-Outras...

Urge, além da ajuda que este site possa promover na forma escrita, que também façamos uma ajuda financeira. Pois, quem tem a doença, com certeza é sabedor de suas mazelas.

Em nome de Deus, solicito a todos uma leitura bem atenta deste Capítulo e que se sensibilizem com a causa. Estamos em Dezembro. È Natal. É Nascer.

Aguardo retorno de vocês, seja por e-mail ou por envio de mensagens no próprio site.

                                                                      

Um abraço a todos e que a solidariedade comece o quanto antes!!!

 

Rafael

 

CAPÍTULO 22
MINHA VIDA PESSOAL, PROFISSIONAL E ACADÊMICA

 

Antes de dar a devida continuidade ao Capítulo anterior no tocante à minha história, friso que não recebi até o presente momento nenhuma sugestão e opinião sobre o último parágrafo do mesmo, o qual trago à tona novamente, conforme abaixo:

“Tenho algumas propostas, sobre as quais é essencial a participação de todos os leitores no encaminhamento de sugestões (vejam agora que estou querendo promover de fato uma ajuda financeira para custear as consultas e os medicamentos). Mas de que maneira será feita?

1-As pessoas que têm condições de promover a ajuda financeira e que conhecem alguém com tal patologia fariam e me relatariam?

2-Todos os leitores, inclusive da seção Cultural, colaborariam financeiramente e a gente criaria um fundo para as pessoas necessitadas? Quem administraria e prestaria as contas?

3-Propaganda de empresas no site?

4-Outras...”

Bom, a minha opinião é que é a primeira opção (As pessoas que têm condições de promover a ajuda financeira e que conhecem alguém com tal patologia fariam e me relatariam!!), uma vez que acho que está mais a cargo de cada um, é uma questão de cunho particular. Outra questão é que, seriamente, estou pensando em inserir no site propaganda somente para custeá-lo (pagamentos dos cartões que encomendo de propaganda, pagamento de propagandas em jornais, pagamento de profissionais de informática, etc.). Mas estas propagandas de empresas parceiras no site serão inseridas o mínimo possível, pois minha intenção é AJUDAR e NÃO GANHAR DINHEIRO. Com meus próprios recursos manterei o site e ajudarei as pessoas através do mesmo e mediante o que eu puder pagar em virtude de medicamentos e consultas aos especialistas. Gostaria somente dos relatos de quem promoveu alguma ajuda, para que eu pudesse ter em mãos dados a serem publicados.

Outro fator é que hoje, dia 22/12, mais uma vez fui abordado na rua e me perguntaram se eu pretendo criar um grupo para nos fortalecermos mais ainda. Volto a repetir: DEPENDE DE VOCÊS a solicitação. Estou à disposição!!!

Confesso-lhes que após ter inserido a ajuda de fato no site fiquei um pouco constrangido, em virtude de algum leitor poder interpretar erroneamente a minha verdadeira intenção. Por isso é que estou retornando com tal assunto. Os meus 20 anos de Chefia na Receita e muitos dos leitores que me conhecem são minha grande credencial de honestidade. Entretanto, fiquei desconfortável por falar em pecúnia, principalmente aos leitores que nunca me viram e não têm minha referência. Como CRISTÃO, devo esse serviço ao CRIADOR e ao que seu FILHO pregou. Não passarei minha vida sem um trabalho social!!! Este país está cheio de vagabundos, golpistas, salafrários, malandros e políticos corruptos. Graças a Deus nasci numa família que tem valores éticos e morais. Meus pais sempre me ensinaram isso e muito bem os aprendi e os assimilei.

Quero deixar bem claro que ninguém mencionou nada sobre a questão que estou esclarecendo (eu é que fiquei meio sem jeito mesmo). Não quis mudar a redação após ir para o site, pois se NADA DEVO, NADA TEMO. CONTINUAREI COM MEU TRABALHO E EM NOME DE DEUS ALCANÇAREI, SENSIBILIZAREI O MAIOR NÚMERO DE PESSOAS POSSÍVEL. SE CADA UM ESTENDER A MÃO EM PROL DO PRÓXIMO, NO CONTENTO DESTE SITE, TENHO CERTEZA DE QUE MUITO MENOS PESSOAS DEIXARÃO DE SOFRER.

QUE O SITE TENHA O MAIOR NÚMERO DE ACESSOS POSSÍVEL TAMBÉM, ALCANÇANCO CADA VEZ MAIS A SOCIEDADE, POIS O BRASIL TEM EM TORNO DE 190 MILHÕES DE HABITANTES E DE ACORDO COM AS ESTATÍSTICAS - 3,5 A 5% POSSUEM O TRANSTORNO DO PÂNICO, ENTÃO SÃO, APROXIMADAMENTE, USANDO 3,50% - 6.650.000 PESSOAS, O QUE NÃO É NADA DESPREZÍVEL!!!

Agora, volto a questionar: Quantas pessoas não têm condições? Quantas pessoas estão doentes e nós, portadores do transtorno, não sabemos o quanto é ruim tê-lo?

Estas foram as minhas opiniões, caso alguém queira ainda mencionar outras, fique à vontade e por favor, divulguem o presente website.


Mais aliviado agora e devido à extensão do presente Capítulo, continuarei minha saga no próximo, que será em Breve.

 

Não deixem de ler a seção Curiosidades & Cultura, bem como os depoimentos que se encontram no Livro de Visitas.

 

Fiquem sob as bênçãos do Criador e um Feliz Natal para todos.

 

Honestamente e em nome de JESUS,

 

Rafael Souza Gouvêa.

 

CAPÍTULO 23
MINHA VIDA PESSOAL, PROFISSIONAL E ACADÊMICA

 

Retornando à minha história (dando sequencia ao Capítulo 21), nada mudou radicalmente a minha situação, já que estava oscilando entre o equilíbrio e as crises de pânico. Isso dependia muito do contexto, do nível de estresse, dos estímulos do meio aos quais eu era submetido e como e reagia perante os mesmos. Alguns eram fortes demais (havia necessidade de controle da ansiedade e às vezes me causavam a crise, enquanto outros eram normalmente suportáveis).

Tais fatores são comuns mesmo, nada demais para quem já teve diagnosticado uma ansiedade generalizada com consequente desaguar em crises de pânico. Como já disse, estava tomando medicamentos, mas eram os mesmos, não havia mais retornado a nenhum psiquiatra. Já estava habituado com tudo: O meu ponto positivo é que logo me esquecia das crises (não ficava preso nelas), sabia que vinham e iam e não me causavam um medo excessivo delas não. Na verdade, reafirmo que o grande divisor de águas é sabermos em que estado estamos, ou seja: Uma leitura da nossa situação no momento para sabermos se estamos ou não em “condições” de enfrentar certas situações, principalmente aquelas que nos causam emoções. Isto é vital. Caso haja uma necessidade de recuo para readquirir o equilíbrio necessário e havendo condições, DEVEMOS FAZÊ-LO.

 

O ano de 2.001 não foi diferente: Saí de férias como de costume em janeiro, não abusei da minha condição. Tudo correu bem. Entretanto, ao retornar à rotina na Receita, a ansiedade voltou a me atacar, caindo novamente em crises. Recordo-me que no carnaval daquele ano tive 02 (duas) crises fortíssimas à noite e estava na rua. Estava na Praça de Baependi com meu pessoal, todo mundo bebendo e eu sem beber. Nos dias das duas crises, pedi licença à turma, pois tinha que sair (inventei que ia ao banheiro ou coisa parecida), mas na verdade, fui andar pelas ruas até a crise passar. Foram crises fortíssimas, mas não deixei de sair nenhuma noite. Nas outras três noites tive bastante ansiedade, mas não a ponto de estourar na crise.
Foi o enfrentamento, senão não iria a carnaval nenhum até hoje.

 

Bom, após o retorno ao serviço, continuei a ter muita ansiedade, mas ia tocando a vida daquele jeito (sem muita qualidade). Até que aconteceu a minha primeira licença-saúde: Fui trabalhar normalmente, mas em virtude da situação profissional que estava vivendo, a qual já foi devidamente relatada, tive um dos piores ataques de pânico, oportunidade em que, pela primeira vez, relatei a uma colega de serviço a minha situação. Ela ficou extremamente preocupada e me acompanhou pelas ruas de Caxambu. Não conseguia de maneira alguma me sentar. Andei constantemente, o ar me faltou um pouco, uma taquicardia violentíssima. Realmente foi horrível, uma das piores. O sentimento iminente de morte foi violento.

 

Diante desta crise fortíssima, retornei ao clínico geral de Baependi, já conhecido de vocês. Relatei a situação e obtive 30 (trinta) dias de licença. No início da mesma tive um alívio muito grande (em virtude do aumento dos medicamentos e do descanso profissional). Inegável a necessidade que estava tendo de me ausentar do serviço.

 

 

Durante o período de afastamento, fui pescar, dormi mais, conversei mais com minha família, etc. Tudo isso me ajudou muito. Tive um reequilíbrio muito bom, mas aí terminou a licença (sabia que precisava de mais um pouco), entretanto, ao chegar ao serviço novamente, meu Deus: Assim que coloquei os pés na Repartição, imediatamente outra crise estourou fortemente, cuja sequencia será conhecida por vocês no próximo Capítulo.

 

Não digo que é fácil, mas dá para ser feliz!!!

 

Por fim, não deixem de divulgar o presente site e de lerem também a seção Curiosidades & Cultura.

 

Até mais e fiquem com Deus!!!

 

 

CAPÍTULO 24
MINHA VIDA PESSOAL, PROFISSIONAL E ACADÊMICA

 

Então, assim que retornei da licença mencionada no último Capítulo e coloquei os pés na Repartição, outra crise estourou imediatamente. Não consegui controlá-la: Voltei a Baependi imediatamente e fui ao mesmo clínico geral na mesma hora. Não tinha ainda me recuperado da crise, mas mesmo assim desloquei-me sozinho e ainda dirigindo, obviamente bem devagar.

 

A consulta por si só acostuma nos aliviar após o médico ver que clinicamente não temos nada. Mas a situação não é somente isto, o problema é continuar com as crises, com as agorafobias, com os medos, receios, ansiedade e tudo mais que o transtorno nos causa. O médico ficou preocupado, novamente aumentou a dose dos medicamentos e me concedeu mais 30 (trinta) dias de licença. Para mim, foi um alívio ter que me afastar da Repartição, pois foram duas crises horríveis e ainda estavam ecoando em mim.

 

Tive que passar na perícia em Varginha. Não quis ir sozinho (meu outro irmão foi dirigindo – senti-me melhor). Tinha tomado medicamento antes da perícia, inclusive um para taquicardia. O médico me examinou e me achou calmo, questionando-me o porquê da licença. Tive que mais uma vez explicar o caso. Senti desconfiança por parte dele, mas fui taxativo: Não estou em condições de trabalhar; estou sem taquicardia porque tomei medicamento apropriado e somente quem tem o pânico é que sabe. Mesmo assim, andou duvidando e até sugeriu que podia ser outra coisa. Não dei confiança. Queria apenas cumprir com a parte legal e obter a anuência do mesmo, fato este que aconteceu.

 

Vejam que um médico perito ainda não conhecia de fato o transtorno do pânico, isso já no final do século XX (em 2.001). Esta doença, realmente demorou a ser estudada, com consequente desenvolvimento de medicamentos eficazes.

 

Voltei a Baependi no mesmo dia e fui procurar paz, descanso. Os dias foram passando e eu tomando todo cuidado possível (vocês sabem que nem sempre depende da gente), coisas acontecem e nos afetam. Fui pescar novamente, andei de carro, enfim, procurei ignorar tudo e me reequilibrar.

 

Nos dias iniciais da licença, por estar contente em poder descansar e ficar longe da Repartição, fiquei muito aliviado, houve queda da ansiedade, estava mais tranquilo. Porém, com o passar dos dias, a mesma foi ganhando espaço e voltando a ser minha companheira totalmente indesejável. Não teve jeito, tive outra crise e depois dela ir embora, a tristeza voltou a tomar conta de mim, já sabia que tinha que tomar providências novamente e rezando para que estas fossem definitivas, eficazes.

 

Por natureza, sou um otimista, alegre, interpessoal, brincalhão. A questão, como já disse, é que realmente trata-se de uma doença e perante ela, temos que ter ATITUDE. Seja na família (deixando bem claro o problema e convencendo de que não é NERVOSO E MUITO MENOS FRESCURA), SEJA NO SERVIÇO, SEJA COM QUEM NOS RELACIONAMOS COM MAIOR PROXIMIDADE. LEMBRO-ME QUE JÁ ALTAMENTE ESTAVA IRRITADO COM ESTAS PALAVRAS. A PARTIR DAQUELE ANO DE 2.001, JÁ HAVIA COMEÇADO A CONTAR O QUE EU TINHA COMO FORMA DE ESCLARECIMENTO E PARA OBTER RESPEITO TAMBÉM. AS PESSOAS DIZEM MUITO AQUILO QUE NÃO SABEM!!! Acho que falam antes de pensar.

 

Abaixo, cito George Bernard Shaw:

 

'De todos os homens que conheço o mais sensato é o meu alfaiate.

Cada vez que vou a ele, toma novamente as minhas medidas.

Quanto aos outros, tomam a medida apenas uma vez e pensam que seu julgamento é sempre do meu tamanho”.  

 

Óbvio, lógico e evidente que não queria ter crises de pânico e nem ansiedade, mas já que as tenho, trilho o caminho da melhor maneira de viver com a patologia. Não vou deixar e nem deixo que isso me aniquile psicologicamente. Nós não podemos entregar à doença. Temos que nos entregar às práticas necessárias para podermos lidar com ela da melhor maneira possível, mantendo nossa auto-estima e autoconfiança (fazendo, principalmente, o tratamento correto).

 

O mundo capitalista, até na doença, aprecia aquela que é aparente e se convence.

 

Pois é, meus amigos, já contei nove anos de minha história. Sofri muito, mas aprendi que a MANSIDÃO, SOLIDARIDADE, TRATAMENTO ADEQUADO, CARINHO, PAZ, DIVERSÃO, DISCERNIMENTO, HUMILDADE, REZA, SÃO CAMINHOS ESSENCIAIS À NOSSA RECUPERAÇÃO.

 

No próximo Capítulo, contarei as providências que tomei, conforme supramencionado.

 

Fiquem com Deus e me escrevam, por favor, (VERDE DE ESPERANÇA DE QUE ENTREM EM CONTATO COMIGO).

 

Abraços.

 

Rafael Souza Gouvêa

 

 

 

CAPÍTULO 25
MINHA VIDA PESSOAL, PROFISSIONAL E ACADÊMICA

 

 

É, meus leitores, diante de todo exposto até agora, vê-se que a necessidade de uma corrida pró-ativa a um (a) psiquiatra, ao se ter sinais de ansiedade forte, é salutar. Tudo que eu passei desde o primeiro Capítulo até agora já me bastava, mas não parou por aí, infelizmente. O sofrimento foi intenso, com muito desgaste, em todos os sentidos: Emocional, financeiro, etc. Eu queria ter tido esta orientação e oportunidade na minha primeira crise de pânico (houve prejuízo para mim).

 

Quando escrevo, é uma terapia para mim, apesar de ter Capítulo que foram muito difíceis, principalmente os oito e dezoito, uma vez que nunca havia contado tais histórias a ninguém da maneira que escrevi. Mas quem disse que falar de nossas dores é fácil? Bom é falar das vitórias, alegrias. Mas acontece que muitas das vitórias e alegrias advém do próprio sofrimento e consequente superação. Se a sexta-feira é ótima, é porque existe o período de segunda à quinta, pois caso contrário, o tão desejado dia da semana não teria graça...

 

Nada mudou no resto de 2.001, continuando tudo a mesma coisa. O mesmo clínico de Baependi e com os mesmos medicamentos, eu tendo crises e alta ansiedade constantemente, ou seja, mais sofrimento, mais tristeza e limitações.

 

Já entrando no exercício de 2.002 e conforme mencionado no Capítulo anterior, não deu mais: Tomei providências, largando do médico em Baependi e indo mais uma vez a outro psiquiatra e cheio de esperança. Estava cansado de sofrer e em hipótese alguma queria mais aquela situação. Viajar era o meu pior sofrimento e por antecipação, sendo que o medo e receio já se iniciavam dois ou três dias da viagem (mesmo com toda teimosia que eu tinha). Durante a mesma ia com as extremidades frias e com taquicardia. Qualquer anormalidade na estrada já era o bastante para eu me assustar com uma facilidade impressionante.

 

Quero frisar que a partir deste Capítulo, não mais mencionarei detalhes das crises que tive, pois todos os sintomas que senti e dentro do diagnóstico do quadro do transtorno já foram devidamente relatados, portanto, não vejo mais necessidade de ficar repetindo: Somente mencionarei as crises que se repetiram, as ansiedades e a labuta, esta última baseada na crença, esperança e FÉ que não me levaram à inércia. Sempre almejei a cura e/ou estabilidade. Quem já leu desde o Capítulo 1 vai perceber que já descrevi a situação; quem não leu que o faça, por favor, para se inteirar na íntegra de minha história. Quanto à inércia, agora passando para a Física, a mesma não é somente ficar parado: Você pode estar inerte caminhando na mesma velocidade também. Daí a força de que necessitamos (empurrão) para sair desta posição (seja parado ou andando sempre no mesmo compasso...). É este o meu objetivo neste website. NUNCA DESISTAM, PROCUREM UMA FORÇA E A ENCONTRARÃO.

 

 

Bom, retornando à questão da minha nova procura, fui a outro médico novamente, obtive alívio e os medicamentos foram novamente substituídos. Minha esperança subiu e isso foi ótimo (o psiquiatra me disse, como já tinha cansado de ouvir, que os remédios eram os mais atuais). Este fato não me desanimou não, apesar de ter ouvido tantas vezes a mesma coisa, porque os que eu estava tomando não eram mais eficazes mesmo, então, que viessem outros...

 

Para mim, somente o fato de ter ido a uma consulta com um especialista já me faz muito bem, com diminuição da ansiedade e das crises de uma maneira muito rápida (é o tempo e a resposta do tratamento que sempre me disseram algo). Por isso, nunca hesitei, quando as crises e a ansiedade voltavam, de procurar por outros profissionais.

 

Com já dito antes, desta vez resolvi iniciar um tratamento com uma psicóloga, já que tive anteriormente a indicação de início imediato por outro médico; mas na ocasião não o fiz (devia tê-lo feito).  Então, minha história está em no ano de 2.002 e ainda estava residindo em Baependi e trabalhando em Caxambu.

 

Iria dar início neste Capítulo de como transcorreu a terapia com aquela psicóloga de Caxambu e que atendia em Baependi, entretanto, por questão de ética, vou consultá-la primeiramente para ver se posso mencioná-la. Somente adianto neste momento que é uma profissional altamente qualificada. Julgo que não haverá problema algum.

 

Antes de terminar mais este Capítulo, transcrevo abaixo a letra de uma música que devemos prestar muita atenção, pois há muita sabedoria para captarmos, desde que nos entreguemos à letra da mesma e nos mergulhemos numa reflexão:

 

FIQUEM COM DEUS E ATÉ O PRÓXIMO CAPÍTULO.

 

O QUE É, O QUE É?

Eu fico com que destaquei abaixo:

            Gonzaginha

 

Eu fico
Com a pureza
Da resposta das crianças
É a vida, é bonita
E é bonita...

Viver!
E não ter a vergonha
De ser feliz
Cantar e cantar e cantar
A beleza de ser
Um eterno aprendiz...

Ah meu Deus!
Eu sei, eu sei
Que a vida devia ser
Bem melhor e será
Mas isso não impede
Que eu repita
É bonita, é bonita
E é bonita...

E a vida!
E a vida o que é?
Diga lá, meu irmão
Ela é a batida
De um coração
Ela é uma doce ilusão
Hê! Hô!...

E a vida
Ela é maravilha
Ou é sofrimento?
Ela é alegria
Ou lamento?
O que é? O que é?
Meu irmão...

Há quem fale
Que a vida da gente
É um nada no mundo
É uma gota, é um tempo
Que nem dá um segundo...

Há quem fale
Que é um divino
Mistério profundo
É o sopro do criador
Numa atitude repleta de amor...

Você diz que é luta e prazer
Ele diz que a vida é viver

Ela diz que melhor é morrer
Pois amada não é
E o verbo é sofrer...

Eu só sei que confio na moça
E na moça eu ponho a força da fé
Somos nós que fazemos a vida
Como der, ou puder, ou quiser...

Sempre desejada
Por mais que esteja errada
Ninguém quer a morte
Só saúde e sorte...

E a pergunta roda
E a cabeça agita
Eu fico com a pureza
Da resposta das crianças
É a vida, é bonita
E é bonita...

 

 

 

 

CAPÍTULO 26
MINHA VIDA PESSOAL, PROFISSIONAL E ACADÊMICA

 

 

Nunca tinha ido a um psicólogo ou a uma psicóloga para fazer terapia em virtude do transtorno do pânico; mas chegou o momento em que resolvi fazê-lo, já que não ia me entregar mesmo à doença. Já tinha passado o primeiro semestre de 2.002 quando iniciei o tratamento.

 

À época, estava meio desequilibrado financeiramente, em virtude da construção de minha casa, para a qual mudei sem terminá-la. Os remédios ainda eram caríssimos e a perda do poder aquisitivo do salário havia acontecido (Naquela época, o Governo de Minas não repassava a inflação para nós, servidores públicos, a qual era altíssima), concedendo reajustes bem abaixo da mesma. Nesta situação, é óbvio que qualquer remuneração sofre fortemente o impacto. Valendo aqui lembrar que o Plano Real somente foi implantado em 2.004.

 

Então, após combinado com a psicóloga, fui à minha primeira sessão. Em que pese o médico ter repassado a ela o meu quadro, por mais uma vez tive que contar minha história. Entretanto, a maneira como eu a contei provocou risos nela, uma vez que minha maneira de agir quando das crises eram engraçadas mesmo. E como sou muito crítico, brincalhão, rio muito, gostei demasiadamente da consulta. Lembro-me que ela me pedia desculpas quando ria de mim, mas eu, pelo contrário, estava extremamente à vontade para relatar tudo e ria também da minha própria situação. Foi ótimo o nosso primeiro encontro, onde ficou clarividente para ambos que iríamos dar muito certo (a empatia já estava assinada no ar).  

 

Terapia, cuja origem da palavra é grega (therapeía), é o método que se usa para tratar doenças ou distúrbios. No meu caso, a terapia (tratamento) utilizada foi a cognitiva comportamental. Melhor traduzindo, cognitiva (cognição – conhecimento). Então, a terapia cognitiva comportamental é um tratamento voltado à aquisição do autoconhecimento, para assim poder lidar melhor com as dificuldades, problemas, mediante a exposição de nossas experiências, emoções e visão de nós mesmos, onde o profissional ouve, interpreta e nos conduz a uma mudança de atitudes, visando o equilíbrio e consequente melhora.  È aplicada no tratamento da ansiedade, do transtorno do pânico e em outros problemas, como por exemplo, relacionamentos em família, escola, etc. Ser ouvido é essencial, até mesmo em situações corriqueiras, ainda mais quanto se trata de uma patologia que merece e deve ser tratada adequadamente.

 

Como se vê, não há nada demais em fazer o tratamento, pelo contrário, há de menos em não fazê-lo, por isto digo: Quebrem o preconceito com psiquiatras e psicólogos, principalmente no nosso caso.

 

Voltando a minha primeira sessão e após o término da mesma, saí muito mais fortalecido, empolgado e até eufórico, de tão positivo que foi. Já que ninguém nunca tinha me ouvido nas entranhas, na minha mais profunda intimidade. Eu nunca também tinha dito tanta coisa lá do fundo do meu ser. As palavras vão surgindo de acordo com as nossas necessidades. Realmente fiquei imensamente satisfeito e não via o momento de chegar à outra semana para voltar à psicóloga. Após a primeira sessão, afirmo e reafirmo que nunca mais fui o mesmo: Ganhei mais força e confiança, pois somente os medicamentos já não estavam dando conta de mim.

 

É relevante demais sermos ouvidos e entendidos. É confortável, sentimo-nos mais amparados (coisas que muitas vezes não conseguimos em casa e nem com amigos), já que há um profissional que nos ampara e nos entende (é uma terceira pessoa, à qual podemos abri nossa vida sem receio). Somente faço uma observação: Tenham referência de com quem vão se tratar!!!

 

Imaginem o tanto de coisa que eu tinha para relatar, jogar para fora. E sou bem falante, não por ansiedade, mas por questão de eu ser interpessoal mesmo. Por isso é que vivo insistindo que vocês façam contato comigo. Experimentem e vejam os quão nos alivia, mesmo que seja virtualmente.

 

Na minha modesta visão, Deus nos fez com vários tipos de inteligência para que a sociedade toda seja beneficiada. Um completa o outro.

 

 No Capítulo seguinte, continuarei e trarei detalhes do que eu disse nas sessões e no que eu ouvi, dentro do possível.

 

Por fim, fiquem com Deus e até o próximo Capítulo.

 

P.S: Segue uma letra de uma canção para reflexão:

 

 

Tente outra vez

 

Veja,
Não diga que a canção está perdida
Tenha fé em Deus, tenha fé na vida
Tente outra vez

Beba,
Pois a água viva ainda está na fonte
Você tem dois pés pra cruzar a ponte
Nada acabou, não, não

Tente,
Levante sua mão sedenta e recomece a andar
Não pense que a cabeça aguenta se você parar
Não, não, não, não, não
Há uma voz que canta
Há uma voz que dança
Há uma voz que gira
Bailando no ar

Queira,
Basta ser sincero e desejar profundo
Você será capaz de sacudir o mundo, vai
Tente outra vez

Tente,
E não diga que a vitória está perdida
Se é de batalhas que se vive a vida
Tente outra vez!!!

 

 

 

 

CAPÍTULO 27
MINHA VIDA PESSOAL, PROFISSIONAL E ACADÊMICA

 

Prezados leitores, demorei um pouco para voltar a escrever este Capítulo, mas foi em virtude de outras atividades que tive que realizar (não podiam ser postergadas).

Bom, voltando à terapia e como já disse no Capítulo anterior, estava ansioso para que chegasse a próxima semana para que eu fizesse a segunda sessão. Chegou!!! Então, fui bastante animado para a mesma. A psicóloga, cujo nome é Graziela Maciel Costa, atende em Baependi/Caxambu, sendo uma profissional altamente competente (entrei em contato com ela para poder citá-la).

A sessão, novamente, foi ótima, mas estava muito falante, tanto é que a psicóloga me disse que eu estava eufórico (aí percebi, através de um rápido olhar para dentro de mim da diferença entre ansiedade e euforia), sendo este último vocábulo originário do grego EUFHORIA (contente, mais do que alegre). Eis aí a diferença da ansiedade, principalmente da patológica.

Dando sequencia à sessão anterior, fui novamente colocando todas as minhas mazelas para fora. Óbvio que a intervenção da profissional na minha fala não se dava de maneira constante (ela estava me observando e fazendo suas anotações). Quando intervinha, era de maneira muito assertiva, ou seja, pegava no ponto certo de minha fala, situação em que me clareava mais a mente. Há uma condução no processo também. Quando estamos ansiosos, tendemos a alterar assuntos subitamente, mas não era meu caso naquele dia (estava eufórico e não ansioso).

Outra questão que quero deixar bem frisado aqui é que temos que ter plena confiança na ética do profissional (era o meu caso), para ficarmos à vontade para dizer tudo, tudo mesmo. Não mentir, não esconder atos. Toda essa questão é fundamental para uma perfeita avaliação e intervenção correta do ouvinte. Aqui, aproveito o ensejo para dizer que, segundo a capa de uma revista famosa, há um índice alto de pacientes que mentem para os médicos, porquanto, como é que a receita sairá correta? Façam então uma analogia com a terapia e verão que se trata do mesmo problema. Quebrem o tabu, tenham coragem de dizer tudo, sejam coisas ruins que já fizeram ou boas e principalmente o que estão fazendo!!! No tocante às coisas ruins, estamos jogando para fora e tendo o apoio adequado e no que se refere às coisas boas, também teremos o reconhecimento, o que é muito prazeroso.

 

A fala é um dos sistemas mais antigos que o homem vem usando até hoje para se comunicar, além do fato das empresas que pecam na comunicação (Sistema de informação) correrem sérios riscos. Os meios são diversos. A toda hora, recebemos informações. Todo mundo está conectado com todo o mundo. Agora, em pleno século 21 e com toda interação que há, ainda se ter rejeição à psicologia, é negar a ciência, é não ter atitude em busca do melhor. Na verdade, todo mundo precisa de uma terapia, já que “de perto, ninguém é certo”.

 

Atesto que é ótimo e essencial tal tratamento também, já que ficamos mais fortes, aliviados e mais confiantes. Aos poucos, vamos fortalecendo nossas armaduras contra o transtorno do pânico.

 

Quero salientar que este site é de vocês, ocasião em volto a dizer para não desistirem. Quanto ao restante de meu tratamento, ele terá a devida sequencia nos Capítulos seguintes. Aconteceram coisas que mudaram minha vida, mas desta vez de maneira muito positiva (devido à minha insistência profissional).

 

Não deixem de ler a seção Curiosidades & Cultura, vale a pena descontrair também.

 

Abraços e me escrevam, como várias pessoas já o fizeram.

 

Rafael Souza Gouvêa

 

 

Abaixo, mais um letra de música da nossa maravilhosa MPB:

 

Ando devagar porque já tive pressa
e levo esse sorriso, porque já chorei demais
Hoje me sinto mais forte, mais feliz quem sabe

eu só levo a certeza de que muito pouco eu sei, eu nada sei
Conhecer as manhas e as manhãs,
o sabor das massas e das maçãs,
é preciso amor pra poder pulsar,
é preciso paz pra poder sorrir,
é preciso a chuva para florir.

Penso que cumprir a vida seja simplesmente
compreender a marcha, e ir tocando em frente
como um velho boiadeiro levando a boiada,
eu vou tocando os dias pela longa estrada eu vou,
de estrada eu sou

Conhecer as manhas e as manhãs,
o sabor das massas e das maçãs,
é preciso amor pra poder pulsar,
é preciso paz pra poder sorrir,
é preciso a chuva para florir
Todo mundo ama um dia, todo mundo chora,
Um dia a gente chega, no outro vai embora

Cada um de nós compõe a sua história,
e cada ser em si carrega o dom de ser capaz,
e ser feliz

Conhecer as manhas e as manhãs,
o sabor das massas e das maçãs,
é preciso amor pra poder pulsar,
é preciso paz pra poder sorrir,
é preciso a chuva para florir

Ando devagar porque já tive pressa
e levo esse sorriso porque já chorei demais
Cada um de nós compõe a sua história,
e cada ser em si carrega o dom de ser capaz,
e ser feliz.

 

 

 

CAPÍTULO 28
MINHA VIDA PESSOAL, PROFISSIONAL E ACADÊMICA

 

 

Novamente ansioso pela terceira sessão, assim fui à mesma. Já sentia um amparo na própria imagem da psicóloga, já que aos poucos o profissional vai nos fortalecendo, valendo também marcar que nós mesmos, através da fala, vamos fazendo isto também (como dito no capítulo anterior, não se deve mentir, por mais incômodo e desagradável que seja). É jogar dinheiro tempo e dinheiro fora. Temos uma tendência em um relato de nos ressaltar, assim como quando ocorre uma discussão e você ouve as duas partes: Não parece que ambas tem razão? Parece, mas não é para parecer. Alguém errou e/ou ambos erraram. È preciso ter HUMILDADE para reconhecer nossos atos incorretos e buscar retirá-los, mediante a devida força e orientação.

 

Somos seres humanos e muitas vezes fazemos mal a nós mesmos. No contexto do Transtorno do Pânico, este mal pode ser um agravante e um dos pontos centrais da ansiedade e das crises. No meu caso, por ter ansiedade generalizada, não pensem que os ataques de pânico pararam subitamente não. Lembro-me que após a terceira sessão tive uma crise, sendo esta bem forte. Tinha ido pescar e pernoitar no rancho e no outro dia, a mesma veio com muita intensidade. ENTRETANTO, AO CONTRÁRIO DAS OUTRAS, INSTANTANEAMENTE AS PALAVRAS DA PROFISSIONAL VIERAM À MINHA MENTE COMO UM APOIO FUNDAMENTAL, onde pela primeira vez, pude perceber, ou melhor, colocar um pouco de RAZÃO na crise e não SOMENTE EMOÇÃO. RAZÃO É FRIEZA e fundamental na pré-crise e na crise. Eis aí a grande diferença de se tratar adequadamente. A crise foi forte, mas não durou muito, já que tinha uma âncora chamada terapia me apoiando. COMO AQUELAS PALAVRA DITAS POR MIM E PRINCIPALMENTE PELA PROFISSIONAL FORAM IMPORTANTES, MESMO COM POUCO TEMPO DE TERAPIA!!! Já lhes confessei que sou teimoso e não ia deixar de ir pescar mesmo (como faço até hoje). Podia dar crise que eu estava lá.

 

Óbvio que estava louco para chegar à quarta sessão para poder relatar em detalhes tudo que ocorreu, no afã de autoconhecimento e de obter o retorno devido do que agora passo a chamar de ÍCONE (pois é assim que temos uma profissional competente em nossa mente, mas com o devido cuidado para não nos tornarmos dependentes e sim ir ganhando a independência). A construção da nossa fortaleza e razão não se dá da noite para o dia, então é normal que no início do tratamento queiramos mais proximidade e contato com a psicóloga.

 

Então, chegou a quarta sessão. Foi excelente discutirmos o que se passou comigo, o que tive de diferente na crise. Sem dúvida, foi o início de RAZÃO que começou a brotar, já que o sentimento iminente de morte é FALSO. Daí é que insisto na terapia, porque é o verdadeiro alicerce para nós.

 

Imaginem um concurso que vão prestar: O próprio edital traz a matéria, cita a bibliografia e principalmente dá um prazo para se preparar. Por quê? Porque há necessidade de um prazo para que se estude, assimile e possa transformar o conhecimento adquirido em ação (ser aprovado). A terapia funciona mais ou menos assim. Aos poucos, vamos adquirindo conhecimentos, para transformarem-se em ações que nos beneficiarão. A mudança de atitude é salutar ou até a atitude, já que muitas pessoas não tomam nenhuma.

 

Voltando à questão de minhas sessões, grifo que nunca escondi nada. Apresentando-me do jeito que eu estava mesmo e relatando o que eu julgava essencial, aquilo que me estava perturbando ou que me sempre perturbou. Numa sessão, há sempre questões atuais e passadas. Há alegrias, há tristezas. Cada sessão é uma sessão (apesar de ter uma sequência). No aspecto do impacto é que digo isso.

 

Porquanto, espero ter deixado aqui de maneira incentivadora a terapia. Nos próximos Capítulos, chegarei ao fim do relato destas minhas sessões e de minha mudança profissional.

 

Um grande abraço, Grazzi.

 

Fiquem com Deus e me escrevam. Ajudem a divulgar o site também.

 

Abraços para todos vocês.

 

Rafael Souza Gouvêa

 

 

CAPÍTULO 29
MINHA VIDA PESSOAL, PROFISSIONAL E ACADÊMICA

 

 

É, então vamos ao presente Capítulo. As sessões continuaram, já que eu estava disposto mesmo a fazê-las para o meu próprio bem. A psicóloga aplicava alguns testes (eram engraçados), a gente ria muito (porque eu mesmo ria das situações/ações que o pânico traz), como, por exemplo, abordar desconhecidos na rua (em função do desespero) para me ajudar a acalmar. Isso aconteceu não somente uma vez não, foram algumas vezes. As pessoas não sabiam como reagir e me apoiar, mas para mim, a presença delas e o meu relato já me ajudavam muito. Era outro socorro do qual eu lançava minhas mãos.  Após me acalmar ou me sentir a ponto de agradecer a pessoa suscitada para me auxiliar, ia embora (às vezes, dava-me vergonha do ato, mas quando pensava melhor, era o que eu precisava naquela hora). Isso evitou que eu fosse mais vezes ao hospital atrás de socorro. Às vezes, controlava a situação sozinho, principalmente quando comecei a fazer terapia. Contava isto e ria, juntamente com a psicóloga. Antes rir do que chorar.

Neste ínterim, fui trabalhar num leilão de gado num final de semana e à noite. Comecei a ficar ansioso e percebi que ia ter a crise, ela ia estourar mesmo. Todo aquele falatório dos compradores e muito mais do leiloeiro (barulho, quando das crises, para mim era péssimo). Afastei-me um pouco, pensei muito nas palavras da psicóloga e num ato instintivo comecei a olhar para as estrelas, oportunidade em que tive uma redução no tempo e intensidade da crise substancial. A psicóloga que me disse que olhar para cima é um ato conveniente, sendo que para mim, atesto que funcionou.

 

Conforme mencionado no Capítulo anterior, não esperava mágica nenhuma com o início da terapia, sabia que demandava algum tempo. Óbvio que relatei isso a essa grande profissional, Graziela Maciel Costa.

 

Após algumas sessões, a profissional já tinha um retrato meu a ponto de começar a intervir. Daí, passei de mais falante para menos falante. Como não havia escondido nada, as intervenções começaram, aliás, com muita propriedade e firmeza. Recebia elogios pelo meu jeito de ser e minhas ações, mas não se enganem, a manceba era brava e começou a me repreender!!! Por quê? Porque eu tinha atitudes que precisavam ser mudadas mesmo. Mas a gente somente quer ouvir elogios, eis que tive que aprender a ouvir minhas ações incorretas e meus defeitos. Tinha sessão em que eu saia cabisbaixo, depois é que fui aprender a lidar com tais oscilações terapêuticas.

 

TEMOS QUE TER HUMILDADE PARA OUVIR E ACEITAR NOSSAS MÁCULAS E CORAGEM PARA, PELO MENOS, TENTAR MUDÁ-LAS, SOB PENA DE NÃO PROGREDIRMOS EM NADA!!!

 

Em que pese minha ansiedade generalizada, aprendi muito a controlá-la e a falar calmamente (principalmente quando já estava ansioso).  Muitas pessoas não acreditam que tenho o Transtorno do Pânico e me acham muito calmo. Agora, por exemplo, estou escrevendo tranquilamente e sozinho em casa (PAZ). Não me utilizo de rascunho: As idéias vão aparecendo na proporção em que vou escrevendo.

 

Já que o Brasil vem experimentando este crescimento econômico, com impacto positivo na renda percapta, criando um ambiente mais favorável ao tratamento de patologias, aliado ao aumento de conhecimento por parte dos médicos sobre o transtorno em questão, vejo com otimismo que muitas pessoas poderão ser tratadas adequadamente e com ganho de qualidade de vida.

 

Estou no final de 2.002 com minha história. Brevemente, entrarei num aspecto muito positivo ocorrido em 2.003.

 

Por fim, fiquem com Deus e não deixem de ler a Seção Curiosidades & Cultura, bem como me ajudar a divulgar o presente website via FACEBOOK, E-MAIL, MSN, verbalmente, etc.

 

Abraços.

Rafael Souza Gouvêa

 

 

 

CAPÍTULO 30
MINHA VIDA PESSOAL, PROFISSIONAL E ACADÊMICA

 

 

 

Dando a devida sequencia ao Capítulo anterior, já era o final de 2.003. Devo ter feito umas dez sessões de terapia. Apesar de terem sido poucas pelo meu quadro, ajudaram-me muito à época e até hoje tenho palavras fortes e de amparo que ficaram gravadas.

 

Aí que aconteceu uma coisa muito importante para mim: Promoção profissional. Veja, que apesar de tudo que passei, estava disposto a enfrentar e provar para mim e para a Secretaria de Estado de Fazenda de Minas Gerais (Receita Estadual), que eu era capaz de exercer um cargo maior. Não posso aqui deixar de agradecer ao Dr. Antônio Carlos Ribeiro, Superintendente Regional da Fazenda em Varginha pelo convite, bem como a seus Assessores: José Nilton de Cunha Ferreira e Leandro Abreu Nogueira e outros servidores do Gabinete em Varginha que, porventura, participaram da escolha. Na ocasião, foram escolhidos 10 (dez) funcionários a serem promovidos e assunção do cargo era urgente.

 

Já era 2.003 quando recebi o telefonema, inclusive para interromper minhas férias regulamentares para assumir o novo cargo. Confesso-lhes que fiquei eufórico e ansioso também.

 

Não estava conformado em ficar trabalhando em Caxambu como simples funcionário, queria uma melhora profissional e salarial, então, prontamente disse que ia para qualquer das dez cidades que me oferecessem. Assim ocorreu, fui para Ouro Fino. Mas acontece que dentro de um quadro de pânico, não é fácil mudar de cidade não (já estava trabalhando em Caxambu há doze anos e morando na minha terra natal que é Baependi). Mudar de cidade, cargo novo, pessoas novas, casa nova, maior responsabilidade e dentro do contexto do transtorno do pânico: Sair da zona de conforto, essa era a questão; entretanto, nada disto me segurou. Encerrei a terapia. Não continuei com os medicamentos.

 

Querendo ou não querendo, tinha que lidar com duas situações: Com a alegria de um lado e com a preocupação com a doença do outro.

 

Chovia torrencialmente no início de 2003, quando fui à casa da mãe despedir dela. Choramos um pouco, mas logo cortei aquela situação. Entrei no carro sozinho e fui para Ouro Fino. Passados uns vinte minutos de viagem, tive que encostar o carro, pois a ansiedade havia me abraçado de uma maneira muito forte e percebi que seu eu não a controlasse, certamente iria entrar em pânico. Pensei em voltar a Baependi para me acalmar, mas não o fiz, prossegui com a viagem, a qual demorou bastante em virtude da chuva e de eu também não conhecer a estrada (em torno de quatro horas).

 

Pronto, cheguei a Ouro Fino à tarde e numa quarta-feira. Entrei na Repartição sem conhecer ninguém e me apresentei. Eles também estavam ansiosos para conhecer o novo Chefe. Fui muito bem recebido e orientado sobre a cidade e a pousada aonde iria ficar. Lógico que neste primeiro contato, reunimos para começar a nos conhecer, o que foi extremamente gratificante, dando-me calma também.

 

Agora, pergunto: Foi fácil enfrentar esta nova etapa de minha vida? Definitivamente que não!!! Somente na viagem quase entrei em pânico, conforme relatado acima. É atitude, coragem, enfrentamento. À época, pensei: Antes ter pânico com melhores condições salariais do que tê-lo com menores. Eu também queria uma promoção, não posso aqui deixar de frisar isto!

 

Sempre que escrevo, a palavra ATITUDE vem á minha mente, pois foi este o caminho que percorri.

 

Bom, passado o primeiro dia, ou melhor, o restante da tarde, no outro dia estava lá para iniciar esta nova fase, cuja continuação será no Capítulo seguinte.

 

Não pensem que o início foi fácil...

 

Até breve e fiquem com Deus.

 

Rafael Souza Gouvêa

 

 

 

CAPÍTULO 31
MINHA VIDA PESSOAL, PROFISSIONAL E ACADÊMICA

 

 

É, assim surgiu o segundo dia. Já tinha serviços demais e muita coisa era nova (pessoas, a cidade, a Repartição, etc.). Então, após uma pequena conversa com todos os servidores, já iniciei meus trabalhos. Estava extremamente motivado e ansioso também. Mas à medida que fui me entregando às tarefas, fui me esquecendo das mazelas da doença.

 

Já é de conhecimento de vocês que fui para lá sozinho. O difícil para mim era à noite (dormir sozinho), já que estranhava demais a pousada, o cheiro das coisas, as pessoas, o silêncio da noite. Estava totalmente sem medicamentos. Nos primeiros dias, foi muito difícil mesmo. A ansiedade me pegou bastante, destarte, não cheguei a ter a crise neste período inicial (talvez estivesse muito alegre pelo cargo e empenhado em fazer o melhor).

 

Os dias foram passando, sendo que nos finais de semana retornava a Baependi para ver minha família. Demorou uns 15 (quinze) dias para que ela mudasse para Ouro Fino definitivamente. Aí, tive um imenso alívio, pois estava muito mais amparado. Acontece que fui me habituando com a rotina do novo cargo, com a cidade, com as pessoas, passando a fase de euforia. Daí é que o processo ansioso começou a voltar até que uma crise muito forte de pânico estourou novamente e dentro da Repartição (foi na parte da manhã). Minha reação? Fui ao banheiro e me tranquei lá, até que o equilíbrio permitisse o retorno à minha mesa de trabalho. Já fiquei preocupado novamente. Inicialmente, não fui a médico nenhum. Mas não teve jeito, as crises começaram a se repetir.

 

Bom, mais um médico psiquiatra entrou na minha história. Toda aquela minha explanação de novo. Mas ele me disse que eu estava sofrendo à toa por não usar medicamentos, portanto, voltei com eles. Tive uma grande melhora, apesar de, no começo, ter ficado meio lento em virtude dos calmantes, até que meu organismo foi se acostumando e fui melhorando aos poucos.

Eu não tinha a ilusão, quando fui transferido, de que a ansiedade e as crises simplesmente desaparecessem. Somente fui relapso no início e sofri as consequências.

 

Não posso deixar aqui de mencionar que demorou um pouco para eu readquirir a confiança para dirigir, enfrentar as reuniões. O processo ansioso andava me perseguindo.

 

O tempo foi passando e as coisas se ajustando. Retornei com as caminhadas e jogava futebol 02 (duas) vezes por semana. Isso me ajudou muito.

 

Do Circuito das Águas fui para o Circuito das Malhas.  Fiz muita amizade, recebi muito apoio e trabalhei bastante. Mas quero dizer que com a promoção e consequente aumento de salários, também vem o aumento dos problemas. O clima da Repartição era ótimo, ríamos muito e trabalhávamos muito também.

 

Infelizmente, não dava mais para continuar com o Gerente de Área que trabalhava comigo, então o mesmo foi exonerado do cargo. Período muito ruim, pois queria que o mesmo estivesse dando certo na função. Entrou outra pessoa no lugar dele, era da Repartição mesmo, aí tudo correu maravilhosamente bem. Isso foi em 2.004 e a servidora até hoje está neste cargo.

 

Bom, meus leitores e leitoras, friso que foi um período de muita alegria e tristeza também (lidar com outra doença séria na família e que me preocupava demasiadamente).

 

 Assumi a chefia de Ouro Fino em 2.003 e em 2.005 me convidaram para chefiar a Repartição de Lavras. Prontamente aceitei. No entanto, senti muita falta de Ouro Fino no início, mas logo me habituei aqui em Lavras. È preciso ser guerreiro, destemido com a doença do pânico, sob pena de nos tornarmos refém da mesma. Assim o fiz. Estou aqui com uma experiência grande sobre a doença e procurando fazer com que todas as pessoas acometidas por ela nunca desanimem: Lutem, merecemos o nosso lugar. Não deixa que você mesmo tire de você. Aceite o problema (é um grande alívio); reaja, lute, eis que a vida é uma dádiva e devemos sempre procurar o melhor para nós e para os outros.

 

 

Bom, no próximo Capítulo, escreverei sobre minha vinda para Lavras, aonde tenho muitas coisas para contar. Ótimas e péssimas, apesar de ter vencido estas últimas.

 

Fiquem com Deus e não deixem de me escrever.

 

Rafael

 

 

 

 

 

CAPÍTULO 32
MINHA VIDA PESSOAL, PROFISSIONAL E ACADÊMICA.

 

 

Conforme relatado no último Capítulo, vim transferido para Lavras, sendo que a minha remuneração era equivalente a de Ouro Fino, entretanto, o porte da Repartição de Lavras é bem maior que a de Ouro Fino. Não tive vantagens salariais, mais as tive no ganho de experiência, no volume e variedade de demandas, de maior número de funcionários e cidades subordinadas, por ser uma cidade maior.

 

Não posso deixar de mencionar que o começo foi altamente difícil, primeiro pela própria mudança de local (isto não é fácil para quem tem o transtorno do pânico) e segundo por problemas sérios na minha família, que aqui deixo de mencionar para não envolver uma terceira pessoa. Então, além de tudo que eu já tinha vivido e estava ainda vivendo em 2.005 com o peso do Transtorno do Pânico, ainda tinha que conviver e cuidar da pessoa acima mencionada, o que era extremamente estressante (última coisa que eu precisava, pois já estava ansioso por demais). Mais o que eu poderia fazer? Desamparar? Não, isto não era e não é do meu feitio. Porquanto, aguentei sob fortíssima ansiedade e crises de pânico tudo isso. Forças, não me perguntem de onde as tirei, somente sei que fiquei num estado crítico, chegando aos finais de tarde sem forças para nada (prostrado). Não teve outro jeito: Psiquiatra novamente e aqui de Lavras (escolhi o melhor, de acordo com as indicações). Logo, que comecei a fazer o tratamento juntamente com a pessoa que já mencionei, pois era extremamente necessária a presença de ambos e voltei com o tratamento adequado. Estava tão jogado ao chão emocionalmente, que os medicamentos demoraram a fazer efeitos, mesmo fazendo uso de remédios de tarja preta. O médico sugeriu uma licença, mas como tinha acabado de chegar e preocupado com a nova Repartição, não pensei em mim e sim no trabalho. Hoje, arrependo de não ter entrado de licença, já que a permanência no trabalho e mais o problema familiar eram demais para mim. Esta teimosia de querer enfrentar quando não se tem condições é altamente prejudicial (aprendi que somente agrava o quadro de ansiedade, medo e as crises de pânico). Temos que ter o discernimento e frieza para saber enfrentar os medos e tudo que nos rodeia. Se você julgar que naquela hora não dá para fazer determinada coisa, não faça, você é que tem que ter uma leitura correta de seu estado.

 

 Caso alguém queira saber pelo que passei com tal pessoa, aqui não contarei, passem-me um e-mail e aí poderemos conversar tranquilamente.

 

Como se vê, desdobrava-me, triplicava-me, para dar conta de uma chefia da receita e ainda com um problema muito bem ancorado em minha família. É isto, a vida não é fácil não. A cruz é relativa.

 

Agora, desistir do cargo e de uma cidade tão boa quanto Lavras e de recuperar-me, bem como recuperar a pessoa já citada, eu não ia mesmo. Custasse o que custasse, como custou mesmo, tanto financeira como psicológica e fisicamente. Mas e daí é que depois do vendaval é que ganhei forças e ainda mais experiência. Entretanto, durante tal percurso tudo foi difícil. Passava mal nas viagens, nas reuniões e em todos os lugares. Em 2.005, voltei com força total nas crises, salientando que naquela época pouquíssimas pessoas sabiam do meu quadro de pânico.

 

Não posso aqui falar que não tinha enorme satisfação em realizar meu trabalho, a questão é que eu estava doente mesmo!!! Por muito menos, muitas pessoas realizavam com tanta dedicação e seriedade o mesmo trabalho, escusas pela falta de modéstia, mas tenho compromisso é com a verdade e não com a hipocrisia.

 

Os problemas aqui em Lavras em 2.005, quando cheguei para assumir a chefia, logo começaram a aparecer. È lógico, novo chefe, novas ideias, novo ritmo de trabalho e muita coisa a ser feita. Ritmo meu que a maioria dos funcionários não estava habituada, ou melhor, estavam acomodados e parados no tempo. Sem querer nem trocar de mesa, quanto mais de setor. Isto, no início, é normal causar uma tensão, mais eu já tinha experiência quanto a tal questão. Destarte, a maldita da miopia humana tornou uma coisa simples de se resolver em um problema bem maior. A verdade é que quando a gente assume uma chefia em outro local, a exemplo de Lavras, a maioria dos servidores é do próprio lugar, ensejo em que você já encontra um grupo formado e reunido e que passou por vários chefes. Não tem muita aceitação no início, mas aos poucos vão se acostumando com sua presença e com seu jeito de gerenciar.

 

Parece até que é minha culpa, mas não o é, sou homem o suficiente para assumir os meus defeitos e limitações. Novamente tive problemas com a Gerente de Área (Assessora minha), que ao invés de ser minha aliada, tomou outro caminho que não aprovei e obviamente ocorreram conflitos entre a gente. A outra chefa que estava aqui, a qual substituí, também não se dava bem com ela, mas preferiu o não combate; ao contrário de mim. Não me arrependo do que fiz, porque o que fiz, fi-lo porque qui-lo e era necessário, decente, honesto e queria respeito pelo que eu carregava em minhas costas. NÃO SUPORTO MENTIRAS E FOFOCAS, MAL TENHO TEMPO DE CUIDAR DE MINHA VIDA. TAIS SITUAÇÕES DE CONFLITO COM GERENTES VIERAM A ME PREJUDICAR (CONTAREI FUTURAMENTE).

 

 

Então, prezados leitores, por onde quer que eu andasse , além de ter os problemas que todos profissionais tem, ainda carregava na mochila este desconforto total que é conviver com a ansiedade, o estresse, as crises de pânico. Mesmo não me entregando a elas e na maioria das vezes estando medicado. Isto, em nenhum momento quer dizer que é perene a situação, simplesmente, quem não teve socorro ou não tiver em tempo hábil, vai passar por maus momentos. Por isso é que sempre digo: TRANSTORNO DO PÂNICO E ANSIEDADE SÃO OBJETOS DE TRATAMENTO COM PSIQUIATRA E, SE POSSÍVEL, SEGUIDO DE UMA PSICOTERAPIA MUITO BOA.

 

Pouca coisa é diferente entre mim e vocês que tem o pânico também. Mas tenho e carrego comigo a absoluta certeza de que possível viver tranquilamente. Tudo é uma questão de querer, procurar, não se envergonhar.

 

Por fim, espero escrever em breve o Capítulo 33.

 

Leiam também a Seção Curiosidades & Cultura.

 

Abraços e fiquem com o CRIADOR.

 

Rafael

 

 

 

CAPÍTULO 33
MINHA VIDA PESSOAL, PROFISSIONAL E ACADÊMICA.

 

Como se viu no Capítulo anterior, enfaticamente o ano de 2.005 não foi nada fácil, até arrisco em dizer que foi um dos mais difíceis, já que os obstáculos para que eu pudesse ter uma vida tranquila eram muitos, não me restando outra alternativa: Ou enfrentar tudo ou abandonar, sendo que nesta última não iria me ancorar mesmo. Estava um fio desencapado, qualquer estímulo do meio, por menor que fosse, já mexia com o meu emocional imediatamente. Repito, deveria ter saído de licença-saúde.

 

O cargo de Chefia é pesado e de muitas responsabilidades. Mesmo para pessoa que não tem alta ansiedade e/ou transtorno do pânico. Fui nomeado para o mesmo por meritocracia e disto me orgulho.

 

Há muitos leitores que se igualam a mim, ou seja, no ponto crucial:
Tem que trabalhar e não podem deixar o emprego e nem mudar, face ao ponto da carreira que já atingimos.
Com isto, não nos resta adaptar-se e procurar todo o equilíbrio possível, fazendo um esforço superior aos demais neste sentido. Para quem está iniciando agora e também  tem alta ansiedade ou já teve o diagnóstico do transtorno em tela, digo e incentivo incansavelmente que façam o tratamento adequado (jamais o abandonando), seguindo em frente e em busca de qualidade de vida.  

 

Os  medos, desafios e necessidades é que tornaram possíveis a permanência, crescimento e  atitudes do homem neste planeta. No nosso caso, ficar parado diante de tais elementos é altamente prejudicial. Todo mundo tem problemas de todas as ordens. Isto não é exclusividade de quem tem o Transtorno do Pânico. Como disse o famigerado e excepcional Fernando Pessoa:

 

“Adoramos a perfeição, porque não a podemos ter; repugna-la-íamos, se a tivéssemos. O perfeito é desumano, porque o humano é imperfeito”.

 

Fiz o que pude em 2.005 para que ocorresse o melhor para mim e para quem eu estava cuidando. O ano passou (graças a Deus) e as coisas foram se enquadrando aos poucos, até que surgiu 2.006 (não que este tenha sido um maravilha), pois a virada de um ano é somente uma questão de calendário – rotação terrestre, mas como já disse, quase tudo começou a se amenizar e eu pude começar mais uma etapa. Após minhas férias costumeiras de janeiro, mais descansado e aliviado de muitos problemas, retornei às atividades profissionais com tudo (variando os graus de ansiedade, continuei a ter crises, continuei a não gostar de viajar, de ficar sozinho, de me expor e muitas outras coisas e ações que evitava (quando era possível). Mas, somente relembrando ser o chefe de uma Repartição igual à Lavras requer muita dedicação e equilíbrio. O meu amado Estado Mineiro em 2.003, com a eleição do Doutor Aécio Neves, percorreu um caminho crescente em quase todos os setores, sendo essencial a Receita Estadual neste processo, já que somos nós que provemos e gerimos os recursos financeiros para que o Estado atinja seus objetivos precípuos (Saúde, Educação, Moradia, Malha Viária, etc.). O meu trabalho era e é todo voltado para tais questões, onde as metas são apertadas e o acompanhamento das mesmas não menos rigoroso (no mínimo igual à iniciativa privada).

 

Caros leitores, em 2.006, as coisas oscilaram muito: Reprises de 2.005 e paz em certas temporadas. Mas sempre tinha que estar, como se diz, com um pé atrás, já que sempre vinha algo altamente estressante. Assunto este que deixarei para o próximo Capítulo.

 

Fiquem com Deus e até breve.

 

Post Scriptum: Uma letra da nossa maravilhosa MPB para finalizar:

 

 

 

Da janela lateral
Do quarto de dormir
Vejo uma igreja
Um sinal de glória
Vejo um muro branco
E um vôo, pássaro
Vejo uma grade
Um velho sinal...

Mensageiro natural
De coisas naturais
Quando eu falava
Dessas cores mórbidas
Quando eu falava
Desses homens sórdidos
Quando eu falava
Deste temporal
Você não escutou...

Você não quer acreditar
Mas isso é tão normal
Você não quer acreditar
Eu apenas era ...

Cavaleiro marginal
Lavado em ribeirão
Cavaleiro negro
Que viveu mistérios
Cavaleiro e senhor
De casa e árvore
Sem querer descanso
Nem dominical...

Cavaleiro marginal
Banhado em ribeirão
Conheci as torres
E os cemitérios
Conheci os homens
E os seus velórios
Quando olhava
Da janela lateral
Do quarto de dormir...

Você não quer acreditar
Mas isso é tão normal
Você não quer acreditar
Mas isso é tão normal
Um cavaleiro marginal
Banhado em ribeirão
Você não quer acreditar...

 

 

 

 

CAPÍTULO 34
MINHA VIDA PESSOAL, PROFISSIONAL E ACADÊMICA.

 

É!!! O ano de 2.006 teve sua sequencia e eu tinha que enfrentar as estações, sem muito saber o que viria, mas sabia que viriam coisas.

 

 Como disse no Capítulo anterior, em 2.005 passei por momentos que jamais quero reviver.

 

Precisava mais de recuperação do que enfrentamento, mas não tinha escolha: GANHAR OU GANHAR. Por isso, fui em frente, enfrentando tudo novamente, entretanto, com muito mais equilíbrio emocional (tinha melhorado) e houve menos estímulos estressantes do meio. Esta situação me foi altamente favorável, pois pude, MESMO TENDO ALTA ANSIEDADE E CRISES, passar pelo mesmo com muito mais facilidade do que em 2.005. AGORA, NÃO POSSO DEIXAR DE MENCIONAR QUE ESTAVA MUITO BEM ASSISTIDO PELO MELHOR PSIQUIATRA DE LAVRAS E REGIÃO, DR. HUGO DE PAIVA TEIXEIRA JÚNIOR, ONDE HAVIA NECESSIDADE DE CONSULTAS PERIÓDICAS, SENDO QUE, GRAÇAS A DEUS, TINHA CONDIÇÕES DE ARCAR FINANCEIRAMENTE COM AS CONSULTAS E COM OS MEDICAMENTOS.

 

Confesso-lhes que sem o tratamento adequado não haveria a MÍNIMA condição de eu prosseguir com minha vida profissional e pessoal, já que me o meu quadro tinha que ter assistência de um psiquiatra e de alta competência mesmo. Isto me fez parar em pé e seguir, aliado também à minha teimosia, a não entrega. Destarte, o medo, a ansiedade, a agorafobia e as crises me pegavam de vez em quando e este de “vez em quando” era horrível, porque trazia ainda sequelas de 2.005, principalmente traumas do que tinha passado (não podia nem me lembrar).

 

É muito claro para nós que temos o transtorno do pânico o quanto é ruim e desagradável conviver com tal mazela, além do fato das pessoas que nos cercam, principalmente a família, de não entender a patologia e ainda vir com críticas totalmente desfavoráveis. Não há necessidade de eu mencioná-las, vocês sabem. O QUE QUERO MENCIONAR NOVAMENTE É O SEGUINTE:

 

MISTER SE FAZ QUE AS PESSOAS DE NOSSA CONVIVÊNVIA LEIAM TAMBÉM O PRESENTE WEBSITE, PARA, QUEM SABE, APÓS TAL ATO, PASSEM A FAZER USO DA EMPATIA. EXSURGE, MAIS DO QUE NUNCA, A NECESSIDADE DE EXPORMOS E EXIGIRMOS TAMBÉM QUE NOS ENTENDAM, POIS, AFINAL, É UMA DOENÇA COMO TANTAS OUTRAS. SERÁ POSSÍVEL QUE AS CABEÇAS QUE NOS RODEIAM NÃO COMPREENDEM OU NÃO QUEREM AJUDAR E/OU ENTENDER? OU SERÁ PRECISO QUE TENHAM UMA CRISE DE PÂNICO PARA TAL? ISTO JÁ OCORREU COMIGO: TEVE UMA PESSOA QUE NÃO “ACREDITAVA” ATÉ QUE TEVE UM ATAQUE DE PÂNICO. BOM, DAÍ A CONVERSA COMIGO MUDOU E MUITO.

 

 

No ensejo, cito Augusto Cury:

 

“Entendo que solidariedade é enxergar no próximo as lágrimas nunca choradas e as angústias nunca verbalizadas”.

É muito desconfortável a ansiedade, mas temos que aprender a controlá-la sozinhos também. Estou acostumando a prestar muito atenção na hora em que estou ansioso (detectar o motivo - geralmente faço exercício de respiração, além de um julgamento se de fato a ansiedade tem um motivo mesmo ou se é patológico). Por exemplo, como é o relógio que manda nesta nossa vida, muitas vezes o tempo para eu chegar a determinado local é suficiente, mas fico ansioso. Agora, estou parando e passando a enxergar que não há motivo para a mesma se manifestar.

 

Consegui melhorar muito.

 

TEMOS QUE TER ESTE OLHAR PARA DENTRO DE NÓS!!! É IMPRESCINDÍVEL!!!

 

Óbvio que vocês, meus prezados (as) leitores (as), já perceberam que o intervalo de inserção no site dos meus Capítulos não está sendo semanalmente como no início, mas minha intenção é retornar com este tempo (tive motivos para isto e vou relatar posteriormente os mesmos, por ser de grande importância|).

 

Bom, vou ficando por aqui e espero em breve escrever o próximo Capítulo (ainda em 2.006).

 

Não deixem de ler a Seção Curiosidades & Cultura e me ajudem a divulgar o site.

Fiquem à vontade para me escrever via e-mail, terei o maior prazer em fazer contato.

 

Fiquem com Deus e um ótimo feriado.

 

Rafael Souza Gouvêa

    

 

 

CAPÍTULO 35
MINHA VIDA PESSOAL, PROFISSIONAL E ACADÊMICA.

Bom, prosseguindo em Capítulos com minha história e ainda em 2.006, estava devidamente assistido por um psiquiatra e tomando os medicamentos corretamente. Mas sabia que o reinício de uma terapia era também essencial no meu caso e urgente (fui-me preparando aos poucos para tal). Como já sabia das dosagens dos medicamentos e de que os mesmos estavam fazendo o efeito desejado, apesar de ter crises de vez em quando, fui diminuindo as visitas ao psiquiatra e levando a vida por conta própria (não abandonei o tratamento), somente diminuí a freqüência das consultas (estava seguro para isso). Todo cerne da questão eram os estímulos que vinham do meio (Chefia da Receita, problemas familiares). Eu tinha também que aprender a lidar sozinho com tais situações, eis que não queria abandonar nenhum deles. Foi um período muito bom em termos de aprendizagem, já que ficar comigo mesmo e amparar em mim mesmo foram situações ótimas.

NÃO HÁ CONDIÇÕES DE VOCÊ FICAR DEPENDENTE DO MÉDICO EM MUITAS COISAS (VOCÊ NÃO CRESCE, NÃO APRENDE A VIRAR O JOGO E A TOMAR AS ATITUDES CORRETAS). TRATAMENTO É UMA COISA E DEPENDÊNCIA PSICOLÓGICA É OUTRA.

Em nenhum momento neste website disse que é fácil conviver com o Transtorno do Pânico. Disse que é possível fazer o tratamento correto e reaver a qualidade de vida; ao invés de ficar inerte e sofrendo à toa.

POR FALAR NO PRESENTE SITE, O MESMO ESTÁ COMPLETANDO UM ANO DE EXISTÊNCIA NESTE MÊS DE JUNHO/2012. TIVE IMENSAS SATISFAÇÕES COM OS CONTATOS VIA E-MAIL, FACEBOOK, TELEFONE E PESSOALMENTE. FALEI MUITO, OUVI MUITO, ESCREVI MUITO E PENSEI NA MESMA PROPORÇÃO. É MUITO GRATIFICANTE PODER ESCREVER E LEVAR A MINHA HISTÓRIA A TODOS QUE SOFREM COM A DOENÇA E OU/JÁ A SUPERAM. PODER DEIXAR CLARO QUE NÃO ESTAMOS SOZINHOS. TIVE UM APOIO IMENSO DA MINHA PSICÓLOGA, MARIANA RIBEIRO DE OLIVEIRA, A QUAL ME MANDA MATÉRIAS VARIADAS. QUANTO A VOCÊS, LEITORES E LEITORAS, O MEU IMENSO AGRADECIMENTO TAMBÉM, JÁ QUE OUVI MUITOS RELATOS QUE REFORÇARAM E ME AJUDARAM MUITO, ALIÁS, ESTA É A PROPOSTA DO SITE: AJUDA MÚTUA.

Pois é, sob forte ansiedade tive que enfrentar 2.006, sem poder parar. Digo que é sacrificante, entretanto, depois de todo esforço e enfrentamento, tornei-me mais forte, já que se pode considerar uma conquista, onde se ganha confiança e quebra de situações novas. Então, que viesse 2.007 com todos os seus dias, horas, minutos, segundos... Já me encontrava mais experiente, com menos medo. Isto não quer dizer que ainda havia resquícios fortes ainda. Contudo, esperei por ele e o vivi, conforme contarei no próximo Capítulo.

Antes de finalizar, deixo as seguintes palavras:

Você nunca conseguirá ser alguém melhor, se primeiro não conseguir ser você mesmo”.

Oliverique

Até Breve e fiquem com Deus.

Rafael Souza Gouvêa

 

      

CAPÍTULO 36
MINHA VIDA PESSOAL, PROFISSIONAL E ACADÊMICA.

É, os dias correm e tempo segue seu caminho incessante. Então, chegou o ano de 2.007, onde, como de costume, retirei férias regulamentares em janeiro e obtive um descanso do trabalho e uma diminuição na ansiedade que eu carregava. São nestes momentos que a gente vê que um maior tempo é necessário para uma recuperação adequada, mas há uma insistência e um compromisso profissional que ultrapassam os cuidados com a gente mesmo (muitas vezes, colocamos a nossa saúde em segundo plano), sendo que no caso do Transtorno do Pânico tem que haver um momento, obrigatoriamente, para se dizer: AGORA SOU EU, AGORA É MINHA SAÚDE, AGORA É MINHA ESTABILIDADE EMOCIONAL E MINHA MELHORA EM TODOS OS ASPECTOS. PENSEM MUITO NISTO.

Após meu afastamento legal (férias), retornei ao trabalho. Só que resolvi para meu próprio bem fazer terapia, sendo que a mesma se iniciou em 2.007 e as sessões eram semanais. Tinha muita coisa para dizer, descobrir, entender... Até os dias de hoje, apesar da ida à psicóloga não ser mais semanal, ainda faço tal tratamento, enfatizando, novamente, que ele é um dos pilares contra a doença.

O ano foi passando, estava com excesso de serviços e trabalhando muito (bem mais de oito horas diárias). Viajando para muitas reuniões, enfim, a chefia exige isto. As crises não tiveram a intensidade de 2.006, estava, além dos medicamentos prescritos pelo psiquiatra, amparado pela terapia, onde tinha alicerce, além da liberdade que a profissional me deu para entrar em contato com ela toda vez que eu julgasse necessário. A ansiedade foi minha companheira novamente, o que é muito desconfortável. Tive crises de pânico sim, mas com um olhar diferente para elas, já que a razão começou, tal qual uma semente recém-plantada, a surgir, fato este precípuo na doença, pois comecei a pensar de um modo diferente (científico até), já que se ficarmos largados somente na emoção quando de uma crise, por experiência, digo-lhe que é muito pior. De onde veio tal raciocínio? Da terapia, é claro. Por isto é que sempre repito: Quebrem o preconceito, definitivamente, assim poderão viver bem melhor (a não ser que não queiram).

TER A DOENÇA JÁ É O BASTANTE, NÃO VIVÊ-LA É UM GRANDE PASSO. 

Assim, temos que viver e enfrentar tudo que vier, não adianta, estamos sujeitos a todas as situações (iguais a qualquer um). Tudo está é na maneira de conduzirmos nossas vidas: Serenidade, planejamento, aceitação, tratamento, adequação, limites e ao mesmo tempo saber o momento de transpor os mesmos para adquirimos confiança.

Como disse Ghandi “Um homem não pode fazer o certo numa área da vida, enquanto está ocupado em fazer o errado em outra. A vida é um todo indivisível”.

Puderam verificar que iniciei o tratamento com uma psicóloga e que estou até hoje com ele. Foi um marco o início na questão do pânico, já que ter alguém que nos ouça e nos oriente é bom demais (desculpem-me a simplicidade da escrita). Meu caminhar tornou-se muito mais leve e com menos medo, mas, no meu caso, eu mesmo já sabia que não iria acontecer nenhum milagre: Somente com o tempo e com disciplina é que os resultados iriam aparecer.

A questão depende muito de nós também. Devemos sair à procura da tranqüilidade nos relacionamentos (trabalho, faculdade, amigos, família); fazer um trabalho social (o retorno é muito gratificante) e outras atividades que nos fazem bem – cada um sabe de suas preferências. Tudo isto ajuda muito, amenizando a nossa ansiedade. Temos, também, que nos monitorar para podermos viver com o mínimo de ansiedade possível (esse é o grande objetivo).

A PAZ É ESSENCIAL, PROCUREM-NA!!!

Bom, vou ficando por aqui.

Até o próximo Capítulo (2008), o qual terá fatos “diferentes”.

Rafael Souza Gouvêa